Bolsonaro versus bancada evangélica
Foto: Reprodução
Por Fred Lima
Mesmo sendo católico romano, o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) se aproximou bastante da bancada evangélica da Câmara dos Deputados nos últimos anos. Com isso, obteve um apoio importante, que contribuiu para que conseguisse subir a rampa do Palácio do Planalto, visto o poder do grupo junto aos pastores e fiéis. O problema é que a fatura vem sendo cobrada com juros e correção monetária.
O deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) se tornou o porta-voz da bancada e já mandou um recado duro para o presidente. “Pelo jeito nos separamos”, afirmou à Folha de S. Paulo. De acordo com a reportagem, o grupo se sente desprestigiado pelo governo. Em resposta, o ministro da Educação, Ricardo Vélez, nomeou a batista Ione Lima como secretária-executiva da pasta, segundo cargo mais importante do ministério. Ione é ligada a nomes que compõem a bancada.
Opinião
Antes de qualquer acordo com a bancada evangélica, Bolsonaro sempre se posicionou contra o aborto, o casamento homossexual etc., pautas defendidas pelo seguimento cristão, não apenas pelos evangélicos. Portanto, não se trata de um flerte com a politicagem congressual.
Os evangélicos que são contra a velha política não concordam com alguns passos da bancada. “O presidente não pode se tornar refém do grupo. Ele precisa ter o devido cuidado, pois sabemos que existem políticos que dizem ser evangélicos, mas que praticam coisas contrárias à Palavra de Deus”, afirmou um amigo pastor de longa data, que pediu anonimato.
A bancada evangélica não pode cair na vala comum da política. A pauta deve ser em prol da sociedade e das bandeiras do seguimento cristão, não por espaço no governo. Caso contrário, será como derramar vinho novo em odres velhos.
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