NAS ENTRELINHAS: Aras é o segundo maior erro de Bolsonaro
Por Fred Lima
O subprocurador Augusto Aras conseguiu uma proeza: unir a esquerda e parte da direita contra sua indicação à Procuradoria-Geral da República. Chamado de conservador pelo jornal El País, Aras deu uma festa para a cúpula do PT em 2013, que contou com a presença do ex-ministro José Dirceu. Ademais, chamou Dilma de “presidenta”, enalteceu o MST, criticou a Lava Jato e elogiou Che Guevara. Conservador? Parece que não.
O primeiro grande erro do presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi indicar o próprio filho à embaixada em Washington. Pode não ser ilegal, mas soa imoral. Antes, nenhum presidente na história do Brasil indicou um filho para ser embaixador. Mesmo diante do desgaste, o chefe da nação fez o pior ao declarar: “Se eu puder dar um filé mignon para o meu filho, eu dou, sim”.
Não bastasse o grave erro em indicar o filho, Bolsonaro desprezou a lista tríplice do Ministério Público e escolheu alguém que andou alinhado com os pensamentos de esquerda em um passado não tão distante. Quase todo mundo ficou sem entender, com exceção daqueles que exercem o papel de vaquinhas de presépio e batem continência para tudo o que o presidente faz.
Aras é uma verdadeira metamorfose ambulante. É contra a ideologia de gênero e a criminalização da homofobia, mas, como dito anteriormente, na época do PT, a história era outra.
Se por acaso for aprovado pelo Senado, seu ciclo na PGR poderá ser marcado por embates com a categoria de procuradores, sofrendo forte resistência. Ou seja, iniciará seu mandato sem crédito, em um órgão que é independente (ou deveria ser) da Presidência da República.
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