Violência diminui em Ceilândia em 2019
Trabalho integrado das forças de segurança reduz crimes contra a vida e patrimônio. Este ano, a cidade recebeu reforço de 90 policiais
Com base no planejamento e em ações de segurança preventiva e repressiva coordenadas pela Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF), os principais crimes monitorados pela pasta em Ceilândia caíram no comparativo 2018/2019. Desde o início da atual gestão, melhorar a segurança da população da cidade é prioridade. Para este ano, Ceilândia conta com 90 novos policiais militares e com parque de videomonitoramento.
Ano passado, nos três crimes que compõem os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), homicídio, latrocínio e a lesão corporal seguida de morte, houve queda de 15,5% se comparado com 2018. Isso significa cerca de quinze vidas preservadas. Nos homicídios a queda foi de 13,6%, de 88 para 76 casos, 12 mortes a menos. As tentativas de homicídios e latrocínios também caíram 8,9% e 18,8% no comparativo dos dois anos.
O secretário de Segurança Pública, delegado Anderson Torres, avalia que o trabalho integrado e as ações planejadas foram os principais trunfos da segurança pública na Ceilândia. “Desde o início do ano, temos dado uma atenção especial à cidade, a mais populosa do DF. Fortalecemos o trabalho de inteligência e as operações em áreas críticas. Intensificamos o patrulhamento ostensivo com viaturas e estamos mais presentes por meio de um novo parque de videomonitoramento”. Em julho de 2019, Torres acompanhou pessoalmente uma operação do Bope, no Sol Nascente.
A redução do número de mortes na cidade é resultado das operações de desarmamento da Polícia Militar (PMDF) e do trabalho de investigação e resolução de crimes da Polícia Civil (PCDF). Para se ter uma ideia, a PCDF cumpriu, ano passado, 8.132 mandados de prisão no DF, reduzindo assim o risco de reincidência e, consequentemente, o número de vítimas.
O combate ao tráfico de drogas na cidade e o uso da tecnologia são estratégias importantes na redução das mortes. “A disputa por pontos de venda e a rixa entre pessoas envolvidas com o tráfico são condições favoráveis aos homicídios. Temos utilizado ferramentas modernas de investigação para que nenhum crime fique sem autor, principalmente os latrocínios”, destacou Konrad Munis da Rocha, delegado da 15ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia. A cidade possui dois batalhões da PMDF e duas delegacias da PCDF.
Redução no feminicídio
Ceilândia apresentou um caso de feminicídio no ano passado, redução expressiva se comparado a 2018, com cinco casos. As campanhas de incentivo à denúncia, como o #metaacolher, e o trabalho da rede de proteção à mulher na região administrativa deram resultados. O policiamento Prevenção Orientada à Violência Doméstica e Familiar (Provid), por exemplo, realizou no ano passado, 1.497 visitas a famílias em situação de violência doméstica em Ceilândia.
Menos roubos e furtos, mais segurança
As áreas comerciais de Ceilândia recebem atenção especial das forças de segurança. O trabalho, feito em conjunto com a comunidade, fez com que a incidência deste crime caísse 30,2% ano passado em comparação a 2018. Essa queda expressiva, de acordo com o comandante do II Comando de Policiamento Regional Oeste (CPRO II), coronel Reginaldo Alvino, se dá pela estratégia do policiamento e pela proximidade com os comerciantes locais.
“Estabelecemos pontos base para viaturas em locais estratégicos, nos comércios, orientados por estudos da SSP/DF. Além disso, realizamos reuniões com comerciantes para buscar soluções conjuntas. Todas as equipes estão orientadas a buscar esse contato com a comunidade durante o serviço policial”. O coronel destacou ainda que houve redução de 11,3% nos roubos a pedestre na Ceilândia, crime com impacto direto na sensação de segurança das pessoas.
Aos 64 anos de idade, 43 deles como comerciante no Distrito Federal, Carlos Aguiar elogia o esforço dos policiais no enfrentamento aos roubos a comércio. Dono de uma loja de materiais de construção no Setor O, Aguiar avalia que a presença dos policiais nos momentos e horários críticos, como no fechamento das lojas por exemplo, tem deixado os comerciantes mais seguros.
“Todos os empresários estão atentos ao problema da criminalidade, pois a segurança tem impacto na produtividade e nas vendas. Estar próximo e ver o trabalho da Polícia, além de nos dar mais segurança, nos faz entender que a segurança depende de todos os envolvidos. E a Polícia Militar tem nos dado esse espaço para participar das decisões”.
Mais vidas preservadas
Além do empenho em reduzir as mortes relacionadas a crimes violentos, as forças de segurança e a SSP/DF trabalham em outras frentes de prevenção à criminalidade. O Corpo de Bombeiros do DF (CBMDF) atendeu a 5,2 mil ocorrências de emergências médicas e cerca de 3,6 mil de acidentes automobilísticos na Ceilândia no ano passado. Além disso, a corporação realizou 681 atividades de prevenção em shows e eventos em geral.
O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) intensificou as operações da lei seca com o objetivo de reduzir o número de acidentes e de mortes no trânsito de Ceilândia. Foram 7,3 mil operações ano passado, sendo 3,2 mil patrulhamentos, 26 operações escolares e quatro para combater o transporte irregular de passageiros. Nas ações 232 motoristas foram autuados por dirigirem embriagados, oito deles foram encaminhados para a delegacia. O órgão realizou, ainda, a revitalização de 393 faixas de pedestre e de cerca de mil lombadas.
Há ainda diversas iniciativas sociais importantes na prevenção de crimes e da violência. Ao longo de todo o ano passado, o programa “Bombeiro Mirim” atendeu 729 crianças na região. O “Picasso Não Pichava”, da SSP/DF, recebeu 65 pessoas em oficinas de cinema, ilustração e pintura em tela. As oficinas, de cunho educativo e inclusivo, são voltadas a crianças, jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade social e criminal.
Parque de Videomonitoramento
A SSP/DF inaugurou, na semana passada, um parque de videomonitoramento urbano com 84 câmeras. As imagens, antes transmitidas diretas para o Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), agora também vão para a sede do CPRO II, localizado no Sol Nascente.
As câmeras funcionam 24 horas por dia e estão distribuídas em pontos estratégicos da cidade, definidos após análises da SSP/DF que levam em conta fluxo de pessoas e veículos, além de manchas criminais com dias, horários e locais de maior incidência de crimes. O DF possui, atualmente, cerca de 672 câmeras distribuídas nas regiões administrativas. (AB)
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