A demonização da imprensa por ideologias de extremo
Por Fred Lima
As críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra a imprensa não são nenhuma novidade na história política do país. Lula governou se queixando da mídia por oito anos. Dilma, sua sucessora, também. Sarney, Collor e Itamar entoaram o coro. Até FHC, conhecido por sua diplomacia, perdeu a paciência em certos momentos com os veículos de comunicação.
A imprensa sempre será criticada por governantes, especialmente pelos que chegam ao poder representando ideologias que flertam com o radicalismo. Políticos populistas gostam de bajuladores.
Presidentes e governadores de centro geralmente são mais cordiais com os jornalistas e entendem que elogios e críticas fazem parte do Estado Democrático de Direito.
A mídia não é perfeita e já errou bastante. Por este motivo, a autocrítica tem de ser constante. A apuração jornalística deve respeitar todas as regras básicas para que injustiças não sejam cometidas. Porém, mesmo agindo em nome do bom jornalismo, a imprensa vai acabar incomodando os poderosos mais cedo ou mais tarde.
Mesmo alegando que cortou quase R$ 3 bilhões de verba publicitária, Bolsonaro pôs Edir Macedo, dono da Record, debaixo de seu braço direito, e Silvio Santos, proprietário do SBT, do esquerdo. Na teoria, o discurso anti-Globo agrada seus seguidores, mas não reflete a realidade “imparcial” que tenta apregoar, pois Edir e Silvio, magnatas da mídia brasileira, são governistas e recebem verba publicitária do governo.
Tanto para a esquerda quanto para a direita, a célebre frase de Maquiavel vale como nunca: “Aos amigos os favores, aos inimigos a lei”.
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