NA LUPA: Ibaneis, Reguffe e o jogo político da capital
Por Fred Lima
Favoritismo
Ainda sem nomes definidos na oposição, o governador Ibaneis Rocha (MDB) permanece favorito como pré-candidato à reeleição em 2022. Assim como todos os governadores do país, o chefe do Executivo local pegou a crise da Covid-19, algo que nenhuma administração tinha enfrentado até então. Se conseguir entregar as obras previstas para o próximo ano, como o túnel de Taguatinga, sua avaliação crescerá naquela cidade, que é um dos maiores colégios eleitorais do DF. No momento, cabe a Ibaneis proteger seu governo de acidentes de percurso e desviá-lo das cascas de banana que são jogadas por alguns adversários.
À espera
Oficialmente, o senador José Antônio Reguffe (Podemos-DF) ainda não decidiu qual cargo irá disputar em 2022. Como nunca se candidatou à reeleição, constata-se que seu desejo é subir a rampa do Palácio do Buriti. Deve pesar em sua avaliação daqui alguns meses, o desempenho do governo perante a sociedade, as coligações feitas pelo governador e a conjuntura política da capital. Se Ibaneis estiver com a rejeição alta e não conseguir reverter até dezembro, Reguffe será candidato. Em um segundo turno contra o emedebista, os senadores Izalci Lucas (PSDB) e Leila do Vôlei (PSB) tendem a apoiá-lo, visto serem opositores da atual gestão.
Chagas abertas
Quarto colocado no pleito anterior, o general Paulo Chagas surpreendeu a todos ao figurar na frente de nomes tradicionais da política brasiliense, como da ex-distrital Eliana Pedrosa (Pros), e do ex-deputado federal, Alberto Fraga (DEM). Segundo o militar, apesar dos pedidos para que seja candidato novamente, o retorno está descartado. “Não tenho interesse nem vejo motivo para fazer outra incursão nesta área, embora muita gente me diga o contrário”, manifestou. Chagas contava com o apoio irrestrito durante a eleição do então candidato à presidência, Jair Bolsonaro, o que não ocorreu. Desde 2019, o general abre fogo contra o presidente e seu governo.
Chapa barulhenta
Uma possível chapa entre Fraga e Eliana ao Buriti pode até entrar no jogo sem ser a favorita, porém, vai fazer barulho. No pleito passado, Eliana e Fraga ficaram em 5° e 6° lugares, respectivamente. Como o cenário eleitoral muda bastante de quatro em quatro anos, a dupla tem chance de surpreender, ainda mais se contar com a adesão de Bolsonaro. Um exemplo é o desempenho de Leila em 2014 e 2018. Há sete anos, a parlamentar disputou a Câmara Legislativa e ficou de fora. Quatro anos depois foi a senadora mais votada do DF.
PSB à esquerda
O ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) comemorou nesta terça-feira (22) a filiação do governador do Maranhão, Flávio Dino, e do deputado federal, Marcelo Freixo, à sua legenda. O chefe do Executivo maranhense era filiado ao PCdoB, enquanto o parlamentar carioca estava no Psol. Com o ato, o PSB volta às origens, acolhendo nomes da esquerda radical.
Fora do ringue
Apesar de ter ingressado em um partido que faz oposição a Ibaneis, Dino teve uma reunião com o governador nesta terça para tratar sobre investimentos de interesse de seu estado. Na ocasião, o chefe do Buriti presenteou o secretário-chefe da Casa Civil do Maranhão, Marcelo Tavares, com uma camisa do Flamengo.
Mudou de lado?
Chamou a atenção a presença do ex-secretário de Educação do governo Ibaneis, Rafael Parente, com Rollemberg, juntamente com o presidente do PSB-DF, Rodrigo Dias. O encontro aconteceu nessa segunda-feira (21). Rafael é filiado ao Cidadania desde novembro de 2019. Sua saída da secretaria foi marcada por discordâncias com o governador sobre a gestão compartilhada nas escolas.
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