Na Cúpula da Amazônia, Lula critica ‘neocolonialismo verde’ e diz que US$ 100 bi para financiamento climático são insuficientes
Nesta quarta-feira (9), no último dia da Cúpula da Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o que nomeou de “neocolonialismo verde” e defendeu a facilitação de financiamento internacional para projetos sustentáveis. O chefe do Executivo também disse que os US$ 100 bilhões anuais prometidos, desde 2009, pelos países ricos para o financiamento climático de países em desenvolvimento já não são suficientes.
Para Lula, o montante já não corresponde às necessidades atuais, já que a demanda por mitigação, adaptação e perdas e danos só cresce. Além disso, o presidente criticou a falta de representatividade de países como Brasil, Colômbia, Equador, Congo e Indonésia no fundo, e que, a estrutura atual acaba por favorecer países desenvolvidos como Estados Unidos, Canadá, França e Alemanha, que ocupam cada um seu próprio assento. O discurso de Lula não foi transmitido, mas foi divulgado pelo Palácio do Planalto.
Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, sob o pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias e desconsidera nossos marcos normativos e políticas domésticas. (…) Desde a COP 15, o compromisso dos países desenvolvidos de mobilizar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático novo e adicional nunca foi implementado. Esse montante já não corresponde às necessidades atuais. (…) Sanar a falta de representatividade é elemento essencial de uma proposta abrangente e profunda de reforma da governança global que beneficie todos os países em desenvolvimento.
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Da Redação
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