NA LUPA: Acusação de Lula a Ibaneis cheira à lá Leandro Grass
Por Fred Lima
Ao acusar o governador do DF Ibaneis Rocha (MDB) sem provas, se baseando em teoria da conspiração saída das hostes da esquerda brasiliense, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se contradiz quando diz que não foi o pai do mensalão e petrolão, visto que se trata também de uma teoria, aliás, diga-se de passagem, muito mais fundamentada, já que o presidente chegou a passar 580 dias na prisão.
Ibaneis foi afastado do cargo por 66 dias, tendo sua vida virada do avesso sem que nenhuma minuta golpista fosse encontrada em seu escritório, residência ou celular.
O retorno de Anderson Torres à Secretaria de Segurança Pública foi um ato de boa-fé do governador, que confiava na competência e tecnicidade do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Com o blecaute da segurança ocorrido no dia das invasões às sedes dos Três Poderes, o chefe do Buriti exonerou Anderson sumariamente.
Embora seu governo seja de centro-direita, o apoio de Ibaneis a Bolsonaro durante a campanha se deveu mais ao fato de o então presidente ter trabalhado nos bastidores para convencer o ex-governador José Roberto Arruda a retirar sua pré-candidatura ao Buriti que qualquer alinhamento ideológico.
No início da pandemia, o governador do DF discordou do líder mandatário na condução do enfrentamento ao coronavírus. Na ocasião, Ibaneis afirmou que o então governador de São Paulo, João Doria, tomou medidas corretas. “Bolsonaro está dando sinais trocados desde o início do mandato. Eu tenho buscado não politizar. Ele tem encaminhado muito para o rumo da política. O que eu vejo é que o Doria tem uma preocupação muito grande, e acho que ele não está agindo errado. Ele está no caminho certo”, disse à época.
A injúria de Lula parece ter saído de um bloco de anotações de Leandro Grass, candidato derrotado ao GDF, que ocupa o cargo de presidente do Iphan, invés dos documentos de uma investigação séria, que concluiu a não participação de Ibaneis nos lamentáveis episódios de 08/1.
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