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ENTORNO: Adepto do fisiologismo, Mossoró terminará mandato em Valparaíso com opositores de outrora no governo e aliados de primeira hora na oposição

Na política, a mudança de lado pode ocorrer durante o exercício do mandato. É natural membros do Poder Legislativo aderirem ao Executivo, mesmo que durante a campanha eleitoral possam ter apoiado o adversário do prefeito, governador ou presidente da República eleitos. No entanto, não é tão comum quando o chefe do Executivo acaba trazendo para o seu secretariado opositores sem mandato, que outrora eram ferrenhos críticos à sua gestão.

Em Valparaíso de Goiás, o governo municipal, chefiado por Pábio Mossoró (MDB), é o mais vira-casaca da história do município. Na eleição de 2016, os secretários de Articulação Institucional e de Infraestrutura, Afrânio Pimentel e Marcus Vinicius Mendes Ferreira, respectivamente, se uniram para derrotar Pábio, que foi eleito com o apoio da ex-prefeita e atual deputada federal Lêda Borges (PSDB-GO). Ao fim do primeiro mandato, a tucana foi transformada em persona non grata, enquanto Marcus Vinicius foi alçado ao posto de secretário de Governo.

Até o ano de 2019, antes de ingressar na prefeitura, Marcus promovia ataques frequentes ao prefeito em suas redes sociais, como o aumento do IPTU em 2017. Foto: Facebook/Reprodução

Em 2020, Afrânio criticou a gestão de Mossoró no combate à Covid-19. Foto: Facebook/Reprodução

Sob a condição de anonimato, um vereador da base governista disse que o arco de alianças do prefeito se tornou contraditório. “É natural que um prefeito busque apoio para fortalecer o seu governo. O problema é que Pábio ultrapassou o limite da coerência e acabou trazendo até o PT local, algo que vem gerando indigestão na base aliada, especialmente entre aqueles que são de direita”, afirmou.

“Não se pode servir a dois senhores, ou seja, não se pode levantar bandeira para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e logo após levar para o palanque o presidente Lula (PT), representado pela ex-prefeita Lucimar Nascimento e sua trupe”, concluiu.

Pábio em dois momentos: no primerio, fazendo campanha com a camisa do então presidente Bolsonaro, onde diz que a bandeira brasileira jamais será vermelha, em alusão ao PT. No segundo, cochichando no ouvido da ex-prefeita petista Lucimar, agora sua aliada. Foto: Divulgação

Camaleônico, Mossoró é a expressão exata de que não existem amigos na velha política, mas interesses iguais, onde o projeto de poder vem sempre em primeiro lugar, em detrimento do projeto de governo.   

Da Redação

Fred Lima

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