ENTORNO: Adepto do fisiologismo, Mossoró terminará mandato em Valparaíso com opositores de outrora no governo e aliados de primeira hora na oposição
Na política, a mudança de lado pode ocorrer durante o exercício do mandato. É natural membros do Poder Legislativo aderirem ao Executivo, mesmo que durante a campanha eleitoral possam ter apoiado o adversário do prefeito, governador ou presidente da República eleitos. No entanto, não é tão comum quando o chefe do Executivo acaba trazendo para o seu secretariado opositores sem mandato, que outrora eram ferrenhos críticos à sua gestão.
Em Valparaíso de Goiás, o governo municipal, chefiado por Pábio Mossoró (MDB), é o mais vira-casaca da história do município. Na eleição de 2016, os secretários de Articulação Institucional e de Infraestrutura, Afrânio Pimentel e Marcus Vinicius Mendes Ferreira, respectivamente, se uniram para derrotar Pábio, que foi eleito com o apoio da ex-prefeita e atual deputada federal Lêda Borges (PSDB-GO). Ao fim do primeiro mandato, a tucana foi transformada em persona non grata, enquanto Marcus Vinicius foi alçado ao posto de secretário de Governo.
Sob a condição de anonimato, um vereador da base governista disse que o arco de alianças do prefeito se tornou contraditório. “É natural que um prefeito busque apoio para fortalecer o seu governo. O problema é que Pábio ultrapassou o limite da coerência e acabou trazendo até o PT local, algo que vem gerando indigestão na base aliada, especialmente entre aqueles que são de direita”, afirmou.
“Não se pode servir a dois senhores, ou seja, não se pode levantar bandeira para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e logo após levar para o palanque o presidente Lula (PT), representado pela ex-prefeita Lucimar Nascimento e sua trupe”, concluiu.
Camaleônico, Mossoró é a expressão exata de que não existem amigos na velha política, mas interesses iguais, onde o projeto de poder vem sempre em primeiro lugar, em detrimento do projeto de governo.
Da Redação
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