NA LUPA: ‘Rollemberg estrangeiro’, Cappelli é uma versão piorada do ex-governador
Brasília é uma cidade acolhedora, que recebe políticos de todo o país. Sua história foi escrita por cidadãos de outros estados, que deixaram suas cidades natais para ajudarem na construção da capital. É um pensamento muito limitado imaginar que não se tornaria a terceira maior cidade do Brasil. Só que existem tambérm aqueles políticos que caem de paraquedas em solo brasiliense e querem se passar por salvadores da pátria, sem ter criado raízes com a população, como é o caso de Ricardo Cappelli, ex-inverventor federal na segurança pública após o 8/1.
Natural do Rio de Janeiro, Cappelli chegou na capital a convite do então ministro Flávio Dino para assumiar a Secretaria Executiva da Justiça. Com a ida de Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-interventor acabou sendo exonerado pelo ministro Ricardo Lewandowski. Em compensação, foi nomeado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), para a presidência da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrital (ABDI), cargo técnico, sem vínculos com o cotidiano distrital, a não ser a localidade da sede que se encontra no Setor de Indústrias Gráficas (SIG).
O problema é que o PSB, partido de Cappelli, acredita que o brasiliense tem memória curta e quer ançá-lo ao posto de candidato ao Buriti em 2026, quando se completará oito anos após o pífio governo Rodrigo Rollemberg. Aliás, um dos insucessos do ex-governador foi exatamente preencher o secretariado com nomes “estrangeiros” que não conheciam a cidade no dia a dia. A “Geração Brasília”, apelido dado por ele à sua administração, deveria ter sido chamada de “Geração Estrangeira”, visto o grande número de pessoas de outros estados que ocupavam cargos do alto escalão.
Com Cappelli, seria pior, a começar por sua ideologia política, marcada pela extrema esquerda, com passagem pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Em suas redes sociais, o presidente da ABDI faz diversas críticas ao liberalismo econômico e à independência do Banco Central. Em termos de moderação, Rollemberg é mais equilibrado, embora seja incompetente.
A verdade é que a esquerda brasiliense não tem quadros eficientes para preencher um governo. O pequeno número que existia abandonou a fileira e ingressou em partidos de centro ou de direita. Resta agora buscar nomes de fora, como do ex-interventor, que não tem passagem pela política do DF e seria um tiro no escuro, colocando em risco a continuidade da ótima governabilidade dos últimos 6 anos.
Da Redação
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