
Foto: José Cruz/Agência Brasil
NA LUPA: Com Leandro Grass, PT arrisca repetir desastre eleitoral de 2018
O ex-deputado distrital e atual presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) nesta sexta-feira (25). O ato contou com a presença do presidente Lula e da primeira-dama, Janja da Silva. Em outros tempos, o evento ganharia destaque em Brasília. Hoje, a baixa popularidade de Lula no Distrito Federal e o fraco desempenho do PT local nas últimas eleições fazem da filiação um ato de mero expediente.
A esquerda brasiliense, assim como a direita no plano federal, tende a disputar a eleição de 2026 de forma fragmentada, o que reduz suas chances nas urnas. Já a direita do DF deve se unir em torno da vice-governadora Celina Leão (PP). A única dissidência possível seria o PL, com o senador Izalci Lucas. No entanto, os laços de Celina com a família Bolsonaro devem impedir a candidatura do parlamentar ao Palácio do Buriti.
O PT governou o DF por dois mandatos, com gestões distintas, mas nunca conseguiu se reeleger. Em 2014, Agnelo Queiroz tentou renovar o mandato num cenário nacional ainda favorável ao partido. Mesmo assim, não chegou ao segundo turno.
A legenda poderia apostar em nomes de perfil mais moderado, como o do vice-presidente da Câmara Legislativa do DF, Ricardo Vale, ou de seu irmão, Paulo Tadeu — ex-deputado federal e ex-presidente do Tribunal de Contas do DF (TCDF). No entanto, Tadeu teria de renunciar ao cargo vitalício no tribunal, o que é improvável.
Em 2018, com Lula preso e o partido fragilizado, o PT-DF lançou Júlio Miragaya, um nome desconhecido do grande público. O desempenho foi o pior da história da sigla em disputas pelo Executivo local. Leandro tem maior visibilidade, mas também fracassou em 2022: não foi ao segundo turno. Sem mandato e longe do noticiário há quase quatro anos, tende a ter um desempenho ainda mais fraco na próxima eleição.
Grass tem perfil ideológico mais radical, próximo ao PT de antes da chegada ao Planalto. Na Rede Sustentabilidade, destoava da linha de centro-esquerda moderada. Além disso, carece de maturidade política.
Caso a filiação tenha como objetivo uma candidatura ao governo local, o movimento pode se revelar um erro, diante do cenário adverso do partido, da postura ideológica do ex-distrital e de sua falta de articulação.
Da Redação
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