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Lula responde a Trump e diz que Brasil está aberto ao diálogo, mas reitera soberania

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil “sempre esteve aberto ao diálogo”, em resposta à declaração de Donald Trump de que ele poderia “ligar a qualquer momento”. A troca de acenos ocorre em meio a uma crise comercial entre os dois países.

Durante entrevista na Casa Branca, o presidente norte-americano criticou o governo brasileiro, dizendo que o país “está fazendo a coisa errada”, embora tenha declarado “amor pelo povo brasileiro”.

Pouco depois, Lula reagiu nas redes sociais, reafirmando a autonomia das instituições nacionais e a disposição para o diálogo. “Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições”, escreveu. Ele também destacou que o governo trabalha para proteger a economia e os trabalhadores diante das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

A tensão entre os países aumentou após Washington anunciar, em 30 de julho, uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, alegando práticas comerciais desleais. A medida entrou em vigor em 1º de agosto.

O governo brasileiro estuda acionar instâncias comerciais internacionais e preparar respostas com base na Lei de Reciprocidade Comercial, que pode incluir a aplicação de tarifas a produtos norte-americanos. A ordem, no entanto, é agir com cautela para evitar agravamento da situação.

Parlamentares brasileiros já estiveram em Washington para tentar reverter os efeitos das novas taxas. Membros da comitiva relataram avanço nas conversas e estimam redução de até 41% nos impactos iniciais.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também iniciou diálogo com autoridades dos Estados Unidos. Uma reunião virtual com o secretário do Tesouro está prevista, podendo abrir caminho para um encontro direto entre os presidentes.

Apesar das críticas, o sinal dado por Trump foi interpretado como uma tentativa de reaproximação. Lula, no entanto, ressaltou que o Brasil não abrirá mão de sua soberania e continuará atuando de forma independente.

A continuidade dos canais diplomáticos e das articulações políticas será decisiva para conter a escalada e preservar as relações comerciais entre os dois países.

Da Redação

Fred Lima

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