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Motta suspende sessão da Câmara e convoca reunião de emergência após obstrução
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos‑PB), anunciou o cancelamento da sessão prevista para esta terça-feira, após integrantes da oposição ocuparem a Mesa Diretora da Casa em protesto pela prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Parlamentares da oposição de ambas as Casas – Câmara e Senado – promoveram obstrução ao ocuparem fisicamente os assentos da Mesa Diretora. O ato foi motivado pela decisão judicial que concedeu prisão domiciliar a Bolsonaro. Os manifestantes afirmaram que permanecerão no local até que sejam votados projetos de anistia e fim do foro privilegiado.
Em publicação na rede social X, Motta informou que acompanha os desdobramentos desde as primeiras horas do dia e avaliou que os trabalhos legislativos foram inviabilizados. Ele declarou ter determinado o encerramento da sessão e afirmou que convocará reunião de líderes para definir a pauta, com base no diálogo e no respeito institucional.
No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União‑AP) também suspendeu a sessão e classificou o protesto como arbitrário e alheio aos princípios democráticos. Defendeu o retorno da civilidade e anunciou que convocará reunião de líderes para reestabelecer os trabalhos com participação de todas as correntes políticas.
Participaram da obstrução os senadores Damares Alves (Republicanos‑DF), Jorge Seif (PL‑SC), Jaime Bagattoli (PL‑RO), Izalci Lucas (PL‑DF), Eduardo Girão (Novo‑CE) e Magno Malta (PL‑ES), que chegou a se sentar na cadeira presidencial durante o protesto. Na Câmara, deputados colocaram fitas na boca em sinal de censura e anunciaram que não deixarão a Mesa até que as pautas exigidas avancem. O deputado Sanderson (PL‑RS) publicou nas redes sociais: “Só sairemos daqui quando anistia e fim do foro forem votados”.
O episódio amplia a tensão entre o Legislativo, o Judiciário e grupos bolsonaristas, acentuada após a decisão do STF. A oposição cobra a votação imediata das propostas como resposta institucional. As reuniões previstas para esta semana serão decisivas para os rumos do Congresso.
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