Foto: Vanessa Carvalho (Valor Econômico)

Caiado defende várias candidaturas da direita para neutralizar ‘máquina de triturar’ do Planalto

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), defendeu que a direita lance mais de um candidato à Presidência em 2026. A estratégia busca diluir ataques e evitar que um único nome seja alvo do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista publicada nesta terça-feira (7), ele afirmou que “o cara vai ter que atirar em quatro, cinco candidatos”.

Caiado lançou sua pré-candidatura pelo União Brasil em abril. O movimento ocorre enquanto o partido negocia uma federação com o PP, legenda que trabalha por um nome apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre as opções citadas nos bastidores estão os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Jr. (PSD-PR).

O goiano reforçou que definir um único postulante com muita antecedência é erro tático. “Querer achar que vai, com um ano de antecedência, lançar candidatura… Esse candidato vai ser colocado numa máquina de triturar”, disse. Para ele, vários nomes competitivos ampliam o alcance da oposição e reduzem o poder de fogo do Planalto na largada.

Caiado criticou o senador Ciro Nogueira (PP-PI) por tentar conduzir a escolha. Considerou “completamente deselegante” discutir um nome único enquanto sua pré-candidatura está posta. Reiterou que pode deixar o União Brasil se a federação com o PP apoiar outro candidato, e disse conversar com Solidariedade-PR e Podemos.

O governador também minimizou a ideia de que a direita dependa de uma bênção precoce. “Não vejo que pode custar eleição”, afirmou, ao lembrar que o próprio Bolsonaro já condicionou sua posição “ao que vai acontecer lá na frente”. Para Caiado, a unidade se constrói no segundo turno, não por imposição na fase inicial.

O tabuleiro ainda inclui Romeu Zema (Novo-MG), que lançou pré-candidatura em agosto. Tarcísio e Ratinho Jr. seguem em evidência nos cálculos de parte do centrão. Mesmo assim, Caiado trabalha para liderar um bloco plural, com palanques regionais fortes e presença nacional.

Com discurso de organização e foco em método, o governador tenta se apresentar como alternativa experiente. Defende uma direita com “quatro ou cinco” nomes viáveis na largada, capaz de ocupar espaços, testar mensagens e chegar às convenções com fôlego para enfrentar o Planalto.

Da Redação

Fred Lima

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