NA LUPA: Com a marca de estadista, Ibaneis completa 50 dias de mandato desde seu retorno
Por Fred Lima
Durante os meses que ficou fora do comando do GDF, o governador Ibaneis Rocha (MDB) mostrou que política se faz com o cérebro, não com o estômago. O chefe do Buriti poderia ter externado sua indignação, visto o alto grau de injustiça que pairava sobre o seu afastamento, mas agiu como um estadista, compreendendo a medida adotada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Fora isso, desestimulou manifestações favoráveis, confiando plenamente em seu retorno, tamanha era sua consciência de inocência diante dos atos antidemocráticos do dia 08/1.
Não existe máquina de precisão em se tratando de confiabilidade. Vários governantes confiaram em pessoas que depois vieram a jogar no ralo o crédito depositado. Faz parte não apenas do universo político, mas da vida em si.
Itamar Franco confiou em Rubens Ricupero, seu ministro da Fazenda, que envergonhou o país com uma das frases mais inescrupulosas ditas na política. Lula contava com a lealdade de Antonio Palocci, que não conseguiu provar as acusações que fez contra o presidente na Operação Lava Jato. Jair Bolsonaro à época se disse traído por Gustavo Bebbiano, que expôs conversas privadas que teve com o mandatário.
Ibaneis acreditou que o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, fosse repetir o ótimo trabalho que fez na Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF) antes de ir para a Esplanada. Possível omissão ou participação do ex-secretário nos atos golpistas estão sendo investigados pela Polícia Federal e o STF. Cabe à Justiça esclarecer, não ao governador, que imediatamente exonerou Torres durante os ataques feitos à democracia por vândalos.
Ao retornar no dia 16/3 ao governo pelo qual foi eleito no primeiro turno, o chefe do Executivo local afirmou que não guarda rancor pelo seu afastamento. Fez um pronunciamento de líder, elogiando o trabalho da vice-governadora Celina Leão (PP) à frente do Buriti durante os 66 dias de afastamento e enalteceu a escolha de Sandro Avelar para o comando da SSP/DF. Além disso, reafirmou compromissos de campanha, como a conclusão do túnel de Taguatinga e a melhoria dos serviços de saúde nos hospitais e postos.
Na história política da capital, Ibaneis Rocha já escreveu seu nome ao lado de Juscelino Kubitschek e Joaquim Roriz, completando a trindade de construtores da terra que mana leite e mel, como previu Dom Bosco.
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