NA LUPA: Berinjela de gaveta do PT-DF, Magela sonha com o Buriti, mas o rugir da leoa afugenta suas chances
Desde 2002, o ex-deputado federal Geraldo Magela (PT-DF) almeja ser governador do Distrito Federal. Há 22 anos, o petista enfrentou o então governador Joaquim Roriz em uma disputa acirrada. Na época, a esquerda estava em ascenção no Brasil, e Magela foi beneficiado pela onda vermelha que levou Lula ao Planalto pela primeira vez. Mesmo assim, perdeu o pleito e acusou – quem diria! – as urnas de terem sido fraudadas. Até mesmo o presidente eleito Lula afirmou que houve fraude e que o verdadeiro governador era Magela.
O PT voltou ao comando do país, mas a legenda perdeu força nos estados, principalmente no Distrito Federal. Após a fracassada gestão Agnelo Queiroz, onde Magela foi secretário de Habitação, o PT-DF viu seu projeto de retornar ao Buriti desmoronar com o pífio desempenho de Júlio Miragaya na eleição 2018, quando obteve somente 4,01%, o menor índice da história da sigla na capital.
Na eleição passada, o partido resolveu abrir mão de candidatura própria e apoiou Leandro Grass (Rede), que foi derrotado no primeiro turno pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). De acordo com Magela, se o PT-DF tivesse lançado candidato, a história seria outra. Não seria, visto que os estragos da era Agnelo continuam vivos na memória da população, principalmente os escândalos de corrupção que levaram o ex-governador à prisão em 2017.
Nas duas vezes que buscou a reeleição, o PT-DF foi reprovado nas urnas. Nas eleições como cabeça de chapa, soma-se seis derrotas e apenas duas vitórias. É um número muito ruim para a história da legenda, pois revela a incompetência de suas administrações.
Em 2026, Magela poderá ser retirado da gaveta por sua sigla e entrar na selva para brigar pelo Executivo local, porém, encontrará uma leoa no caminho, cujo rugido já o espanta e anula suas chances. A vice-governadora Celina Leão (PP) permanece franco favorita, segundos as últimas pesquisas de intenção de voto para daqui dois anos.
Magela e seu partido não perderam somente a popularidade, mas a credibilidade de governarem Brasília.
É um caminho sem volta.
Da Redação
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