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NA LUPA: Trinta anos depois de eleito, governo Cristovam não deixa saudades no DF

Eleito em 1994, o governo de Cristovam Buarque (à época, PT), foi marcado por uma promessa central: transformar a educação em uma prioridade absoluta. Eleito com forte apoio da classe docente, Cristovam construiu sua campanha sobre a ideia de que a educação seria o motor do desenvolvimento social e econômico da capital do país. No entanto, a gestão acabou frustrando expectativas, especialmente entre os professores, o que contribuiu para sua derrota na tentativa de reeleição.

Durante a campanha, o então candidato apresentou propostas ambiciosas, como a valorização dos professores, o aumento expressivo dos salários e a melhoria da infraestrutura escolar. Comprometeu-se também a implementar políticas que tornariam a carreira do magistério mais atrativa, prometendo dignidade aos profissionais que carregam a missão de formar as futuras gerações. Contudo, ao assumir o Palácio do Buriti, Cristovam enfrentou dificuldades que tornaram a maior parte dessas promessas inviáveis.

Embora tenha implantado programas como o Bolsa Escola, a administração não conseguiu equilibrar o discurso com a prática. Professores reclamaram de salários abaixo das expectativas e das condições precárias de trabalho em muitas escolas públicas. Paralisações e greves marcaram os anos de governo, com profissionais do ensino cobrando o cumprimento de compromissos firmados nas eleições. A percepção de descaso com a categoria enfraqueceu a relação entre o governo e o eleitorado que o conduziu ao poder.

O orçamento engessado e a priorização de outras áreas também contribuíram para o insucesso. Apesar do discurso inicial de priorização da educação, a falta de planejamento e a incapacidade de negociar com a Câmara Legislativa do DF impediram avanços significativos. A desilusão de professores, pais e alunos contaminou o ambiente político e desgastou a imagem de um gestor que se propunha a ser inovador na área educacional.

A derrota de Cristovam em 1998 reflete, em grande medida, a falta de entrega em relação ao que foi prometido, ou seja, um estelionato eleitoral. Sua gestão é lembrada pela falta de resultados, especialmente em um tema tão sensível como a educação. A lição que fica é clara: no cenário político, promessas precisam ser acompanhadas de ações concretas, ou o preço da frustração será cobrado nas urnas.

Da Redação

Fred Lima

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