
Foto: Isac Nóbrega / MCom
Saída de Juscelino Filho é a 10ª troca de ministro no governo Lula
Ministro das Comunicações deixa o cargo para se defender de denúncia da PGR; mudanças em 2025 já somam quatro
O governo Lula acumula, desde o início do atual mandato, em janeiro de 2023, dez trocas ministeriais. A mais recente ocorreu nesta terça-feira, 8, com a saída de Juscelino Filho (União Brasil) do comando do Ministério das Comunicações.
Somente em 2025, foram quatro mudanças na Esplanada. Antes de Juscelino, deixaram seus cargos os ministros Paulo Pimenta (Secom), Nísia Trindade (Saúde) e Alexandre Padilha (SRI). Os substitutos nomeados foram Sidônio Palmeira, Gleisi Hoffmann e o próprio Padilha, que migrou da articulação política para a Saúde.
Segundo o Palácio do Planalto, cada mudança teve motivações distintas. No caso da Comunicação Social, a saída de Paulo Pimenta ocorreu após insatisfação do presidente com o desempenho da área. Na Saúde, Padilha assumiu no lugar de Nísia Trindade, ampliando a presença do PT no ministério.
Já Gleisi Hoffmann, ex-presidente do partido, passou a comandar a Secretaria de Relações Institucionais com a missão de estreitar o diálogo entre o Executivo e o Congresso. Ela é considerada uma das principais aliadas de Lula.
Pedido de Exoneração
Juscelino Filho anunciou a saída durante um almoço com Gleisi e dirigentes do União Brasil, em Brasília. O ministro comunicou que deixaria o cargo para concentrar-se na própria defesa e evitar constrangimentos ao governo. A Presidência ainda não informou o nome do substituto.
O agora ex-ministro é alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), acusado de corrupção por suposto envolvimento em desvios de emendas parlamentares quando era deputado federal pelo Maranhão, em 2022.
Em 2024, a Polícia Federal indiciou Juscelino pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A defesa nega as acusações e afirma que a denúncia não foi oficialmente comunicada.
Em nota divulgada nesta terça-feira, os advogados do ex-ministro alegam que o processo é baseado em “factoides” e que a peça acusatória será rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por ausência de provas.
Ainda segundo a defesa, as denúncias não têm relação com a gestão de Juscelino à frente das Comunicações. Os advogados sustentam que, como deputado, ele apenas indicou emendas para obras públicas, mas não participou de sua execução.
A defesa é assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Francisco Agostini.
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