Foto: Câmara dos Deputados

Eduardo Bolsonaro aponta risco de sanções dos EUA contra Alcolumbre e Hugo Motta

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL‑SP) afirmou que os presidentes da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (União‑AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos‑PB), podem ser alvos de sanções do governo dos Estados Unidos. Segundo ele, o risco está ligado à condução de pautas como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a proposta de anistia a investigados pelos atos de 8 de Janeiro.

Eduardo declarou que os dois parlamentares ainda não foram sancionados, mas estariam sob observação. Ele mencionou que, caso continuem a impedir o avanço das matérias, poderiam ter vistos americanos suspensos ou bens bloqueados com base na Lei Magnitsky — legislação dos EUA que prevê punições a autoridades estrangeiras envolvidas em corrupção ou violações de direitos humanos.

O deputado também afirmou ter enviado advertências a Alcolumbre e Motta, indicando que a resistência às pautas defendidas pela oposição poderia “trazer consequências”. Para ele, o andamento dos projetos de anistia e de impeachment servirá de critério para eventuais reações por parte do governo americano.

Nos bastidores do Congresso, a declaração de Eduardo foi vista como uma tentativa de intimidação. Parlamentares afirmam que os presidentes das comissões têm respaldo político e não devem ceder a pressões externas. A avaliação predominante é de que as ameaças não têm base jurídica e tampouco alteram o curso das decisões legislativas.

Integrantes da base governista também criticaram o movimento. Para eles, a ameaça explicita uma estratégia para enfraquecer o STF e tensionar as instituições, com apoio de interlocutores internacionais.

Na semana anterior, ministros do STF tiveram vistos americanos cancelados, o que foi interpretado como retaliação por decisões da Corte. O episódio alimentou a polarização política e serviu de munição para a ala bolsonarista pressionar o Congresso.

As declarações de Eduardo Bolsonaro reforçam a estratégia de utilizar a política externa como forma de pressão doméstica. O episódio amplia o desgaste institucional entre os Poderes e coloca o Legislativo em posição delicada, diante da tentativa de interferência estrangeira no debate político interno.

Da Redação

Fred Lima

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