O imortal Prof. Chico
Por Fred Lima
Fui colega de sala de aula e aluno do professor Francisco de Paula Lima Júnior. Acabei trancando a faculdade em 2007. Alguns anos depois, retornei para concluir os estudos e vi aquele aluno brincalhão, chamado de Paulinho, ter se transformado no respeitado e querido prof. Chico.
Chico gostava de dizer que aprendia comigo em suas aulas. Não existia pessoa mais humilde e agregadora. Nossa profunda relação de amizade transcendia a sala de aula. Era como se fosse de pai e filho.
Acompanhei de forma bastante íntima o seu padecimento por conta de um câncer, que tinha se espalhado. Lembro-me da ligação que fiz a ele após o diagnóstico. Com a voz barganhada, disse-me: “Fred, somos como uma família. Essa doença foi surgir logo quando tudo estava dando certo”.
Não foi fácil assistir diariamente uma pessoa que era como um pai se definhar por causa do câncer. No último dia que o vi com vida, ele, debilitado na UTI, mal se movia. Teve que mandar beijos porque não conseguia sequer levantar a mão. Na saída, parei na porta do quarto, acenei em sua direção e saí chorando, sabendo que não o veria mais. Era a despedida de uma amizade terrena regada pela lealdade e cumplicidade.
Na presidência da Associação dos Blogueiros de Política do Distrito Federal e Entorno (ABBP), Chico sempre me consultava antes de tomar uma decisão importante, visto o grau elevado de confiabilidade e franqueza que tínhamos um com o outro. Ele não escondia de ninguém que queria me ver como seu sucessor.
No dia 22/4/2016, tomei posse como diretor-presidente da ABBP. Foi um desafio imenso substituir um homem extremamente carismático e não deixar que a entidade morresse. Se a instituição nasceu em dezembro de 2014, ela renasceu naquela gestão de 2016-2017. O mérito é de todos que acreditaram no projeto de continuidade.
Ao ter dado o nome do prof. Chico ao seu comitê de imprensa, a Câmara Legislativa do DF imortalizou um cidadão que respirava e transpirava jornalismo dia e noite.
Devo muito a ele, assim como toda a blogosfera política e os alunos do curso de jornalismo do Centro Universitário ICESP.
“A saudade eterniza a presença de quem se foi”.
Da Redação
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