Privatização do Metrô será gol de placa do governo Ibaneis. Ou: O choro sindical
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Por Fred Lima
Serviço de transporte só é eficiente quando não é gerido pelo Estado. Do contrário, a defasagem dos trens e a morosidade da expansão tomam conta. É isso o que vem acontecendo no sistema metroviário do DF nos últimos anos.
Em fevereiro de 2018, um trem descarrilou entre as estações Arniqueiras e Águas Claras, gerando pânico nos passageiros. Seis meses antes, um relatório entregue à Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) apontou uma série de problemas devido à falta de manutenção. “À beira de um colapso”, dizia o relatório.
Na última sexta-feira (3), o Governo do Distrito Federal publicou no Diário Oficial do DF um chamamento público para empresas interessadas em assumir a gestão do Metrô-DF. O Palácio do Buriti lançou os seguintes critérios para participação das empresas:
• apresentação de documentos que comprovem regularidade fiscal e trabalhista da pessoa jurídica de direito privado interessada;
• demonstração de experiência na realização de projetos, levantamentos, investigações e estudos para parceria;
• demonstração de experiência na elaboração de projeto ou na operação de sistema metroviário de transporte de passageiros, no Brasil ou no exterior;
• e declaração de transferência à administração pública dos direitos associados aos projetos, levantamentos, investigações e estudos selecionados.
Se o então governador Joaquim Roriz implantou o Metrô-DF, o atual chefe do Executivo, Ibaneis Rocha (MDB), ficará lembrado por ter modernizado o sistema metroviário, abolindo o estatismo e optando pela eficiência dos serviços prestados à população. Os sindicalistas vão torcer o nariz, mas estamos falando do interesse de mais de 3 milhões de brasilienses, não de uma categoria alinhada à esquerda.
Por falar em sindicalistas, a paralisação dos metroviários completou cinco dias nesta segunda-feira (6). Por causa da greve, o serviço está funcionando com 80% da frota somente das 6h às 10h e das 16h às 20h. Já nos horários de menor movimento, 30% dos vagões estão disponíveis para o transporte.
O Metrô-DF suspendeu a negociação com o Sindicato dos Metroviários do DF (SindMetrô-DF) alegando descumprimento da decisão judicial que determina mínimo de trens em circulação.
É sempre assim, os sindicatos representam os interesses dos servidores, enquanto o governo deve olhar para toda a população em primeiro lugar, não para segmentos organizados que enxergam apenas para o próprio umbigo.
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