Hélio José: engolido pela própria língua
Foto: Reprodução
Por Fred Lima
O mundo político do velho sistema funciona como algo darwinista, onde só os maquiavélicos sobrevivem digladiando entre si. Com o ex-senador Hélio José (Pros) ocorreu o contrário. Não foram inimigos externos que derrotaram o ex-parlamentar, mas o órgão relacionado ao sentido do paladar, à deglutição dos alimentos e à formação dos fonemas da fala, ou seja, a língua.
Hélio é conhecido por falar demais e fora de hora. Em uma dessas ocasiões, o então senador afirmou que a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania) se elegeu comprando votos, sem apresentar nenhuma prova que corroborasse com o que garantiu. O resultado aconteceu ontem (13), quando a juíza do 5º Juizado Especial Cível de Brasília, Rita de Cássia de Cerqueira Lima Rocha, o condenou por danos morais e estipulou multa de R$ 7 mil. Cabe recurso da decisão.
Quando exerceu o mandato de senador como suplente após a ida de Rodrigo Rollemberg (PSB) ao Palácio do Buriti, Hélio José ficou mais lembrado pelas polêmicas do que pelo trabalho desenvolvido em prol do DF. Obteve apenas 16.529 votos para o cargo de deputado federal no pleito passado.
O senador que afirmou que nomearia “até uma melancia” acabou se esquecendo do verso eclesiástico, que diz: “Muitos caíram pelo fio da espada, porém mais foram os que caíram por causa da língua”.
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