Entrevista coletiva com o secretário de Saúde. Foto: ASCOM/SES

‘Não estamos privatizando a Saúde’, afirma Okumoto

Por Fred Lima

Em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira (24) no Palácio do Buriti, o secretário de Saúde do DF Osnei Okumoto relatou a situação em que se encontra a pasta desde que assumiu. “Não temos ainda um número exato do rombo que encontramos. Existiam muitos serviços prestados sem contrato. Hoje, só de notas e empenhos vai dar quase R$ 1 bilhão”, afirmou o secretário.

UPAs

De acordo com Osnei, a situação das UPAs é preocupante. “O paciente só deve ficar 24h dentro de uma UPA. Existem pacientes que já estão há 60 dias”, alegou. A quantidade de UPAs não consegue atender a população do DF, segundo ele. “Hoje só temos seis UPAs. Seriam necessárias ao menos doze”, disse.

Servidores

Sobre os servidores da secretaria, o chefe da pasta assegurou que vai trabalhar implementando uma política motivacional. “Há uma necessidade de resgatar a alto estima dos profissionais da Saúde. O governador Ibaneis Rocha pensa muito nas condições de trabalho deles, inclusive na convocação dos aprovados em concurso público”, ressaltou. Porém, caso seja necessário, Okumoto não descarta mudanças. “Se houver necessidade de fazer mudanças no quadro, com certeza faremos”, assegurou.

Classe médica

Perguntado sobre como será a sua relação com a categoria de médicos, motivo de queixas dos últimos secretários, Osnei foi enfático: “Sou muito adepto ao diálogo. Quando temos uma relação de conflito muito grande precisamos conversar e verificar a possibilidade de atender a categoria e, dentro das possibilidades, fazer com que os anseios do segmento sejam atendidos. Contudo, precisamos antes olhar para o sofrimento da população”.

Privatização

Durante a entrevista, o secretário de Saúde deixou claro que o novo governo não pretende privatizar a Saúde, uma referência às críticas feitas ao modelo de expansão do Instituto Hospital de Base (IHBDF) para toda a SES/DF. “A situação da Saúde é muito preocupante e por este motivo foi decretada a emergência. Só que não estamos privatizando, nem realizando mutirões. O que está acontecendo é uma reorganização para acabar com as filas de atendimento”, concluiu.

A Câmara Legislativa do DF aprecia nesta tarde o projeto de lei que transforma o IHBDF em Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (IGESDF). Após uma semana turbulenta entre o Palácio do Buriti e a CLDF, os dois poderes entraram em um consenso para a votação ocorrer sem surpresas desagradáveis ao Executivo.

Da Redação

Fred Lima

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