NAS ENTRELINHAS: Estatizante, esquerda da CLDF ainda está na era do orelhão público. Ou: Pergunte à população se os serviços da CEB são satisfatórios!
Foto: CLDF
Por Fred Lima
Em substituição à sessão ordinária, a Câmara Legislativa do DF realizou na tarde desta quinta-feira (29) comissão geral para debater a proposta de privatização da CEB Distribuidora. Dois presidentes de sindicatos foram chamados para discutir o tema. Por aí já dá para notar o tom esquerdista do encontro.
Os deputados distritais Arlete Sampaio (PT), Chico Vigilante (PT), Leandro Grass (Rede) e Reginaldo Veras (PDT) participaram da discussão, além da deputada federal Erika Kokay (PT). Comissão mais esquerdista não há.
Nos anos 1990, ao propor a privatização da telefonia, o governo Fernando Henrique enfrentou grande resistência do PT, PDT e outros partidos de esquerda. De acordo com Lula, Brizola e cia, a gestão tucana estava vendendo o país “a preço de banana”. Fora isso, a privatização não surtiria efeito positivo à população.
Vinte e um anos depois, ninguém consegue imaginar um Brasil nas filas dos orelhões públicos, com poucos utilizando celulares defasados e uma espera enorme para obter linha telefônica na Telebrás. É esse pensamento retrogrado que ainda domina as mentes pensantes da esquerda brasiliense.
A CEB tem uma dívida bruta de aproximadamente R$ 1 bilhão e um faturamento de R$ 4 bilhões, mas só fica com 600 milhões para pagar todas suas despesas. Ou seja, a concessionária não tem valor suficiente para quitar a sua dívida. No mundo dos negócios, a matriz energética do DF cometeu o maior pecado capital, isto é, gastou mais do que arrecadou para chegar a esse número estratosférico de déficit.
Segundo os participantes da comissão geral, a população não aprova a privatização da CEB. São as mesmas vozes que foram contra a privatização da Telebrás. É a minoria que tem complexo de maioria.
Pergunte ao seu vizinho se ele está satisfeito com os serviços oferecidos pela CEB Distribuição. É algo tão lógico que não necessita de instituto de pesquisa para saber qual será o resultado.
Da Redação
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Na época em que setor de telecomunicações foi privatizado, o garoto que tinha uma bicicleta era filho do homem mais rico da cidade, lembro-me muito bem disso. Tecnologia era algo caro e inacessível, não porque era privado ou estatal, mas por causa do subdesenvolvimento tecnológico do País. A verdade é que sempre pagamos muito caro por um serviço que é campeão de reclamações (telefonia). Salienta-se que a tecnologia avançou tanto no setor público quanto no setor privado. Por exemplo, a CEB tem suas subestações todas automatizadas, possui um sistema moderno de monitoramento e uma rede de fibra óptica que as interliga em todo o DF. Quanto as dívidas, a CEB tem uma das tarifas mais baixa do setor elétrico, porque empresa pública visa prestar serviços a preços acessíveis, e não a lucros como a recém-privatizada CELG. Se o Governo tivesse a intenção de fazer a CEB dá lucro mesmo sendo estatal, já teria tomado decisões políticas nesse sentido. Mas ao contrário em 2014 fez renúncia de 9% de aumento na tarifa, naquele ano a companhia teve prejuízo de 140 milhões.