OPINIÃO: Irmã Dulce fez mais pelos pobres que muitos líderes religiosos
Por Fred Lima
Assim como o corpo sem espírito está morto, assim também a fé sem obras está morta (Tg 2, 26).
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, mais conhecida como Irmã Dulce, seguiu à risca a passagem de São Tiago, onde fala que a fé sem obras é morta. Neste domingo (13/10), o “Anjo Bom da Bahia” foi canonizada no Vaticano. O processo de início da canonização foi registrado no ano 2000.
Mesmo diante de todas as limitações, sem um canal de TV para chamar de seu, Dulce quebrou paradigmas na evangelização social em uma época onde não havia internet. Com bastante trabalho e devoção, o “Anjo Bom da Bahia” retirou várias pessoas das ruas, dando dignidade a quem nunca teve.
A história de irmã Dulce é como um soco na boca do estômago dos pregadores megalomaníacos da atualidade. Em todas as religiões cristãs existem líderes que optam por uma vida de luxo, que nada se assemelha com os ensinamentos de Cristo. O luxo não se limita apenas aos bens matérias, mas também à forma de se comportar como uma celebridade perante os fiéis.
Hoje, infelizmente, vemos padres e pastores que preferem participar do Domingão do Faustão que frequentar uma comunidade carente. O evangelho foi deturpado em detrimento dos mais necessitados. E o que foi mesmo que Jesus disse ao jovem rico? “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me” (Mt 19, 21).
Dulce não procurou aplausos e honras; antes, estendeu a mão para quem mais necessitava e se escondeu no meio da multidão de carecidos.
Foi na contramão de quase tudo o que é pregado hoje em dia.
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