Maia: o pacificador do Congresso
É consenso na Câmara e no Senado que a Reforma da Previdência, uma das mais importantes para o futuro do País, não teria sido aprovada sem a articulação e o bom senso do deputado Rodrigo Maia
O ano foi excepcionalmente tenso no Congresso, com o presidente da República recém-empossado acusando os parlamentares de desejarem a continuidade da política do toma lá dá cá de seus antecessores e até insinuando que desejavam cargos e benesses para apoiar o governo e as reformas indispensáveis. Mas, depois de alguns meses de caneladas, os dois poderes se entenderam e as mudanças puderam, finalmente, deslanchar. A Reforma da Previdência foi a que mobilizou a Câmara desde o início de 2019 e foi aí que se firmou a liderança do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Casa. Reeleito para o cargo em fevereiro, o deputado de 49 anos, com seis legislaturas na Câmara (24 anos ininterruptos), tomou as rédeas do processo de transformação da legislação das aposentadorias — um assunto espinhoso e com soluções impopulares — e conseguiu formar uma maioria esmagadora para a aprovação do projeto.
No início, o presidente Jair Bolsonaro praticamente não mexeu uma palha para que a reforma fosse aprovada, embora mais ao final do processo o ministro Paulo Guedes e seu secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, tenham arregaçado as mangas para ajudar Maia na aprovação do texto final. É consenso, porém, que se não fosse o exaustivo trabalho do presidente da Câmara não haveria a Reforma Previdenciária. Por isso, nada mais do que justa a escolha de Rodrigo Maia como “O Brasileiro do Ano” de ISTOÉ em 2019, prêmio que lhe será entregue nessa segunda-feira 2, na casa de show Tom Brasil, em São Paulo.“Recebo a homenagem com muito orgulho. Entendo que ela não foi só para mim, mas para todo o Parlamento brasileiro”, diz ele.
Maia concorda que seu trabalho de articulação junto às lideranças e aos deputados de todos os partidos com representação na Câmara foi importante para a aprovação da reforma, mas destaca que os parlamentares, como nunca na história do Congresso brasileiro, “estiveram como estão agora conscientes da responsabilidade histórica de transformar e modernizar o Brasil”. Para ele, a tarefa para consolidar a maioria que aprovou a reforma — 379 votos a favor no primeiro turno e 339 votos no segundo — foi dificultada em alguns momentos pelo fato de o “parlamento estar muito pulverizado e dividido”. O deputado chegou a temer que não fosse possível vencer a batalha. “No primeiro semestre tivemos muitos conflitos, mas deixamos o terremoto acabar e, com paciência e equilíbrio, focamos no futuro do País, que passava pela aprovação da Reforma da Previdência”. A reforma, que economizará R$ 800 bilhões em dez anos, “foi a possível”, diz Maia à ISTOÉ.
Novas reformas
Vencida essa etapa, no entanto, Maia concentra-se agora em outras reformas importantes que já estão na Câmara, como a tributária. “Na área de bens e serviços já temos propostas muito boas”. Ele lamenta apenas que o governo ainda não tenha enviado à Câmara o texto da Reforma Administrativa, “uma vez que precisamos pensar no futuro e melhorar a eficiência do serviço público”. O deputado acredita que até o final do ano a Câmara aprovará o pacote anticrime do ministro da Justiça Sergio Moro. Afinal, conhece muito bem o caminho das pedras da conciliação e da pacificação na Câmara. As informações são da IstoÉ.
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