CEB: empregados não aceitam privatização e entram em greve; companhia divulga nota
A Companhia Energética de Brasília (CEB) divulgou nota nesta quarta-feira (9) sobre a greve dos eletricitários por conta da desestatização da empresa. No documento, a companhia contesta as alegações dos sindicalistas do setor.
A empresa mostra que os empregados, na sessão de negociação realizada no Tribunal Regional do Trabalho, fizeram exigências que não podem ser atendidas, no atual processo de desestatização.
O controlador privado, quando assumir a administração da CEB Distribuição, terá suas próprias regras no trato com os empregados, não cabendo à CEB assumir compromissos nessa área.
Na negociação sindical, outras propostas seguem sem entendimento, como o seguro de vida que cubra ocorrências fora do ambiente de trabalho, entre outras já bastante conhecidas.
A CEB demonstra, na nota, preocupação com possível uso político da greve, que poderia estar sendo utilizada para fortalecer a campanha de oposição feita pelos empregados contra a privatização da CEB Distribuição.
O processo de desestatização é irreversível, depois do leilão realizado no dia 4 passado, na Bolsa de Valores de São Paulo.
NOTA DA CEB SOBRE A GREVE
“A Diretoria da CEB lamenta a rejeição, pelo Sindicato dos Urbanitários do DF – STIU-DF e de parte dos seus filiados, à possibilidade de se chegar a um entendimento para se encerrar a greve, mas segue confiante de que a categoria entenderá a impossibilidade de se alterar cláusulas do ACT de forma a comprometer o processo de desestatização da distribuidora.
A direção da CEB informa que, ao contrário do que alega o STIU-DF, não retirou do acordo a cláusula de estabilidade, até porque esta é uma cláusula típica de empresa publica. O sindicato, por sua vez, exige a alteração da cláusula em comento de forma a impor a estabilidade dos empregados após a empresa passar para o controle privado, o que a atual gestão da CEB não pode fazer.
É inviável, para a CEB, a alteração da cláusula de forma que esta tenha eficácia quando a Distribuidora passar para o controlador privado, posto que a direção não pode contrair obrigações para o novo controlador que não foram precificadas antes do leilão.
Em relação ao seguro, outra cláusula que não se chegou a um consenso, a CEB propõe que o seguro cubra qualquer acidente ou ocorrência que aconteça quando o empregado está em serviço pela companhia. O sindicato, porém, exige que o seguro, do significativo valor de sessenta salários, cubra qualquer tipo de ocorrência, mesmo que esta ocorra fora da jornada de trabalho, e sem relação alguma com o desenvolvimento da atividade laboral.
Importante destacar que o valor do seguro pode chegar a um pagamento médio de até R$ 1 milhão, muito acima dos valores de apólices praticados no segmento de Distribuição de energia.
Preocupa à direção da CEB a possibilidade do Sindicato estar utilizando a greve como forma de expressar descontentamento com a decisão do GDF de transferir o controle da Companhia para a iniciativa privada, prejudicando milhares de consumidores em todo o Distrito Federal, sendo que muitos dependem do regular fornecimento de energia para sobreviver, como é o caso dos pacientes tratados em casa, em estrutura de home care.
Por fim, a Comissão de Negociação da CEB segue aberta ao diálogo, para que o acordo possa ser aprovado com a maior brevidade possível e que as atividades da Distribuidora sejam retomadas integralmente, para que a população não sofra com a falta de atendimento, o que pode gerar apagões no DF”.
Da Redação
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