Ping Pong com o secretário de Transporte e Mobilidade do DF
Ex-ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil do governo Michel Temer, Valter Casimiro Silveira é um servidor de carreira do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) desde 2006, onde assumiu a diretoria de Infraestrutura Aquaviária da autarquia em 2014. No ano seguinte foi indicado para o cargo de Diretoria Geral.
Convidado em dezembro passado pelo governador eleito Ibaneis Rocha para assumir a Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF, Valter sempre tem defendido investimento no transporte coletivo como forma de diminuir a frota de veículos nas vias, desafogando o trânsito da cidade.
Em entrevista exclusiva ao Blog do Fred Lima, o secretário falou sobre os projetos do governo nas áreas de transporte e mobilidade, incluindo a proposta de privatização do Metrô-DF. Confira:
O DF não para de crescer. Com o aumento do número de automóveis, os engarrafamentos causam bastante dor de cabeça no brasiliense. Qual o projeto do governo para tentar resolver esse grande gargalo?
O que temos acompanhado nesses últimos 10 anos é que a frota de veículos no DF quase dobrou utilizando a mesma estrutura de uma década atrás. A ideia é incentivar a utilização do transporte coletivo em detrimento do transporte individual. Com essa quantidade de veículos em nossas vias, é preciso trazer as pessoas que estão em seus automóveis para o transporte coletivo, aumentando a oferta do número de ônibus com uma frequência maior das linhas, com faixas exclusivas ou linhas de BRT; melhorar o sistema de integração para que tenhamos confiabilidade do usuário; aperfeiçoar toda a distribuição do fluxo de veículos e ônibus dentro da cidade; e fazer algumas adequações de infraestrutura para diminuir os gargalos, eliminando pontos críticos de estrangulamento, como semáforos, viadutos, balões etc. É um conjunto de ações que estamos trabalhando para priorizar o transporte coletivo.
Investimento seria a solução?
O investimento é muito mais vinculado à questão da infraestrutura. O aumento da oferta de ônibus e a criação de faixas exclusivas muitas vezes não precisam ter grande investimento. Claro que há necessidade de fazer algumas adequações de infraestrutura em pequenos pontos. Por exemplo: as faixas exclusivas que foram criadas na EPTG e na EPNB podem ser feitas também em outras vias do DF, como no Eixo Monumental. Além disso, a melhoria do sistema de integração com a passagem para o BRB vai aperfeiçoar a questão da distribuição dos pontos de vendas e cartões, facilitando para o usuário do sistema o reabastecimento de seu cartão, incentivando a migração para o metrô e ônibus.
O GDF anunciou que pretende privatizar o Metrô-DF. Alguns acreditam que as tarifas vão aumentar. Quais serão os benefícios?
A concessão do Metrô-DF é uma realidade em outros estados do país, como no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco. Todos esses estados passaram pelo processo de concessão. Brasília não pode ser diferente. O governo quer alavancar a infraestrutura do Metrô-DF, aumentando a disponibilidade de trens, para que nos horários de pico ele possa atender de forma mais eficiente. Temos um sistema que só roda no máximo 23 trens por falta de infraestrutura e energia. Nossos trens não têm uma capacidade tão grande. Com a concessão, a ideia é dobrar a oferta de trens, principalmente no horário de pico, concretizando o sistema de integração que foi pensado em 2013, mas que não foi possível implementar porque faltavam essas questões de infraestrutura vinculadas ao sistema de integração. A ideia de conceder o Metrô-DF é para aumentar o nível de investimentos, atendendo melhor a população.
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