NA LUPA: Com pagamento da 3ª parcela do servidor, Ibaneis derruba tese de crise econômica criada por Rollemberg
Por Fred Lima
Um governo que promove austeridade fiscal em tempos de crise só deve diminuir os gastos nos dois primeiros anos. Nos dois últimos, não há mais necessidade de contenção, visto que a população não pode ficar desamparada. Não foi isso que ocorreu com o governo Rodrigo Rollemberg.
O então governador fez uma gestão voltada para a classe média alta da capital, algo bastante contraditório, tendo em vista que o PSB, seu partido, defende a inclusão social e distribuição de renda. Só que na administração socialista o que se viu foi perseguição aos funcionários públicos, obsessão por derrubadas de casas consolidadas, aumento de preço das refeições do restaurante comunitário etc. Aquele governo pode ter sido tudo, menos socialista.
Em outubro de 2016, o Palácio do Buriti ameaçou cortar o ponto e demitir servidores que estavam em greve reivindicando a 3ª parcela do reajuste salarial devida desde 2013. “Não presta serviço, não tem direito de receber”, afirmou à época o secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio.
A desculpa do governo era a crise gerada pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) naquele ano, além das dívidas legadas pela gestão Agnelo. Só que nada se compara com a crise econômica ocasionada pela pandemia da Covid-19.
Mesmo com todo impacto negativo do coronavírus na economia local, o governador Ibaneis Rocha (MDB) cumpriu a promessa de pagamento da 3ª parcela nesta terça-feira (3) para 150 mil servidores pertencentes a 32 categorias. O ato foi um marco no funcionalismo público da capital e derruba a tese da administração passada de que a crise atrapalhou o repasse. Na verdade, o que faltou ao governo Rollemberg foi a implementação da tríplice gestorial: visão, planejamento e execução.
Sem tato político e projeto de governo, a gestão do PSB patinou no Eixo Monumental sem conseguir sair do lugar, olhando para o retrovisor ao pôr a culpa em crises que não chegam perto da atual, que teve início em março de 2020. Ou seja, Ibaneis só governou o DF sem crise econômica no ano de 2019. De lá para cá, o chefe do Executivo local tem enfrentado a turbulência pandêmica e conseguido cumprir uma promessa que durou nove anos para sair do papel.
Tudo isso foi possível por meio de uma agenda que proporciona investimentos sem abdicar do saneamento econômico. O governo Ibaneis não extrapolou o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) com o pagamento da 3ª parcela porque soube economizar e investir na hora certa, ao contrário do de Rollemberg, que perdeu quase R$ 3 bilhões de emendas parlamentares por falta de projetos.
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