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Associação Moriá é alvo da PF após receber R$ 53 milhões em emendas do DF
A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram nesta terça-feira (29) a Operação Korban, que investiga o possível desvio de recursos públicos destinados à Associação Moriá, entidade sediada no Distrito Federal.
A associação recebeu R$ 53 milhões por meio de emendas parlamentares da bancada do DF entre 2023 e 2024. Os recursos foram destinados à realização dos Jogos Estudantis Digitais (JEDIS), um projeto voltado a estudantes da rede pública com treinamentos em jogos eletrônicos como Free Fire, Valorant e League of Legends.
Auditoria da CGU aponta prejuízo estimado de R$ 13,2 milhões, com indícios de direcionamento em subcontratações, combinação entre empresas e uso de firmas de fachada.
Por ordem do Supremo Tribunal Federal, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em quatro estados. Também foi determinado o bloqueio de bens, o sequestro de veículos e imóveis e a suspensão de repasses públicos, com prejuízo estimado em até R$ 25 milhões.
A entidade é comandada por pessoas sem formação técnica na área — entre elas, um ex-cabo do Exército, uma motorista e uma esteticista. Os registros da associação não coincidem com o local real de funcionamento.
A ONG afirma ter atuado em parceria com a Secretaria de Educação do DF, mas a pasta nega qualquer relação técnica ou pedagógica. Mesmo assim, cerca de R$ 37,9 milhões foram liberados com base nesse argumento, formalizado em um termo de fomento assinado em dezembro de 2024.
Desses recursos, ao menos R$ 8 milhões já foram pagos. A associação alega ter alcançado mais de 70 mil estudantes, mas apenas quatro projetos foram efetivamente executados até agora.
Entre os parlamentares que destinaram recursos estão o deputado federal Fred Linhares (Republicanos-DF), com R$ 27,6 milhões; o senador Izalci Lucas (PL-DF), com R$ 15,5 milhões; e a deputada Bia Kicis (PL-DF), com R$ 1,5 milhão. Também aparecem o deputado Julio Cesar (Republicanos-DF), com R$ 800 mil, e a deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania-DF), com R$ 500 mil.
As investigações continuam para identificar os responsáveis pelo uso indevido dos recursos e o envolvimento de empresas contratadas no possível esquema de fraude. O bloqueio dos repasses e o sequestro de bens buscam evitar novos danos aos cofres públicos.
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