Após recuperar direitos políticos, Lula discursa criticando Bolsonaro e Moro; Bolsonaro diz que ainda é cedo para petista comemorar
Por Gabriela Gallo
Após recuperar seus direitos políticos, o ex-presidente da República Lula (PT) discursou pela primeira vez no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), nesta quarta-feira (10). Em sua fala, ele criticou o ex-juiz Sérgio Moro, responsável por julgar seus processos durante a Operação Lava-Jato. O petista também criticou a gestão do atual governo, especialmente durante a pandemia do coronavírus. Também, acenou a líderes mundiais que o apoiam, como o Papa Francisco e o atual presidente da Argentina, Alberto Fernandéz.
Os processos de Lula foram absolvidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, nesta segunda-feira (8) o qual considerou que a justiça Federal do Paraná não tem competência para deliberar sobre os processos do ex-presidente. Os casos foram enviados para serem analisados pela Justiça Federal do Distrito Federal. Ao ser questionado sobre o concorrente, o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acredita que Lula fez campanha política durante seu discurso e que “está comemorando cedo a decisão do ministro Fachin”.
Pesquisa de voto
Segundo a última atualização da pesquisa de parceria entre o Instituto Real Time Big Data e a CNN Brasil sobre as intenções de voto para o primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro assume a liderança com 31% do votos. Logo atrás está Lula com 21%, depois Sérgio Moro com 10% e Ciro Gomes (PTD-CE) com 9%. O restante dos possíveis candidatos estão com 7% para baixo. No caso de um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, 43% se manifestaram à favor do atual presidente e 39% estão com o petista. Do restante, 15% votaria nulo e 3% não soube responder.
A pesquisa ouviu 1.200 pessoas de todo Brasil e tem 95% de nível de confiança. Ela não é registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pois a Lei só permite registro desse tipo de pesquisa em período eleitoral. Nela também perguntaram se os entrevistados concordavam ou não com a decisão de Fachin sobre anular os processos de Lula e recuperar seu direitos políticos. Do total, 36% estão de acordo com o ministro enquanto 54% são contrários; 10% não responderam.
Este país não tem governo, este país não cuida da economia, não cuida do emprego, não cuida do salário, não cuida da saúde, não cuida do meio ambiente, não cuida da educação, não cuida do jovem, não cuida da menina da periferia. […] Não tenham medo de mim, eu sou radical porque quero ir na raiz dos problemas deste país
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República
Da Redação