Ao pedir demissão do cargo, Ernesto Araújo deixa Ministério das Relações Exteriores
Por Gabriela Gallo
O Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo na manhã desta segunda-feira (29). O pedido foi realizado um dia após o chanceler enfrentar forte pressão externa para deixar a função após criticar a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu (PP-TO). O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já tem nomes cotados para subtituir o ministro; o principal é o embaixador do Brasil na Índia, André Corrêa do Lago.
Na quarta-feira (25), Araújo foi cobrado tanto pela Câmara quanto pelo Senado a ter uma atuação mais efetiva na busca pelos imunizantes contra a Covid-19. Nesse domingo (28), o chanceller escreveu em suas redes sociais que senadora Kátia Abreu teria lhe dito que seria o “rei do Senado se fizesse um gesto em relação ao 5G”. A fala indica que o Senado estava mais interessado no lobby chinês do que nas vacinas.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que a afirmação representou “um grande desserviço ao país”, além de considerá-la uma “cortina de fumaça”. Olavo de Carvalho, Abraham Weintraub e Eduardo Bolsonaro se posicionaram a favor do chefe do Itamaraty.
Ernesto Araújo seguia uma política diplomática semelhante a do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante a pandemia, seu posicionamento o levou a ter atritos com parceiros comerciais do Brasil, como a China. O Congresso já avaliava que sua atuação isolou o país no cenário internacional, prejudicando a obtenção de vacinas contra o coronavírus. Além do Congresso, um grupo de ao menos 300 diplomatas do Itamaraty, escreveu uma carta com críticas ao chanceller, no sábado (27).
Da Redação