Distritais apoiam decisão do governador de fechar a Esplanada
Durante a sessão remota da Câmara Legislativa desta terça-feira (16), deputados de diversos partidos declararam apoio à decisão do governador Ibaneis Rocha que decretou o fechamento da Esplanada dos Ministérios para veículos e pedestres por dois dias, a partir de hoje. A medida foi tomada após o bispo auxiliar dom Marcony Vinícius Ferreira ter sido ameaçado por integrantes do grupo autointitulado “300 do Brasil”, apoiador do governo Bolsonaro. As ameaças contra o religioso foram identificadas pela Polícia Civil do DF.
Para o deputado Leandro Grass (Rede), é importante que o poder público se posicione e cumpra o que prevê a legislação relativa à proibição de aglomerações, medida necessária ao combate à pandemia. Segundo nota da Arquidiocese de Brasília, alguns participantes do grupo – cujo acampamento, na Esplanada, foi removido no final de semana passado – queriam se instalar próximo à Catedral Metropolitana, mas foram impedidos. O parlamentar referiu-se ainda à multa que o GDF aplicou ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, flagrado sem máscara – o que é proibido em locais públicos – durante ato contra o STF.
Por sua vez, ao saudar Ibaneis Rocha pelo decreto, o deputado Chico Vigilante (PT) fez questão de frisar que o elogio partia de um opositor ao governo. “Essa foi uma atitude correta. É preciso que se entenda que o Distrito Federal tem lei e que a lei é para ser cumprida”, observou. O distrital solidarizou-se com Dom Marcony e apoiou o seu trabalho à frente da Catedral. Sua colega de partido, Arlete Sampaio também parabenizou o govenador “por se dissociar desses malucos que querem fazer da Esplanada um pandemônio” e cumprimentou-o “pela coragem”.
Estarrecedor – Líder do governo na Câmara Legislativa, Cláudio Abrantes (PDT) declarou-se preocupado com os atos que estão acontecendo em nosso país, ao felicitar o governador pela atitude tomada frente às ameaças ao bispo. “Parece que se perdeu a noção do que é instituição, as leis e a democracia. O que fizeram com dom Marcony é estarrecedor”, disse. O deputado salientou as atitudes contra a Polícia Militar do DF de uma das líderes do grupo, a extremista Sara Fernanda Giromini, “que adotou o pseudônimo Sara Winter, em citação a uma espiã ligada o nazismo”. Na opinião de Abrantes, “ela deveria ter sido presa no sábado mesmo, em flagrante, durante a remoção do acampamento da Esplanada”.
Oriundo da PMDF, o deputado Hermeto (MDB) afirmou que, apesar de ter votado em Bolsonaro, como policial e cidadão “não posso coadunar com o que aconteceu na Esplanada”. Em suas palavras, “a corporação foi agredida por uma desqualificada. Era pra ter sido presa naquele momento, pois desacatou toda uma instituição”. O distrital também concordou com Ibaneis Rocha que exonerou o subcomandante da Polícia Militar, Sérgio Luiz Ferreira de Souza, que estava à frente da corporação no momento em que o grupo “300 do Brasil” manifestou-se, com o uso de fogos de artifício, contra o STF e o próprio governador. As informações são do portal da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
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