Bolsonaro nega plano de golpe e diz que buscou militares apenas para desabafar

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta terça-feira (10), ao Supremo Tribunal Federal (STF), que não discutiu qualquer plano para um golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. Segundo ele, as conversas com militares na ocasião serviram apenas como um “desabafo”.

O depoimento ocorreu no inquérito que investiga uma possível tentativa de ruptura institucional após o segundo turno. Bolsonaro disse que procurou nomes da cúpula das Forças Armadas por não ter “clima para discutir qualquer assunto” naquele momento. “Sobrou a eles, até como um desabafo ali, não entre nós, eu para com eles”, relatou o ex-presidente.

Na oitiva, Bolsonaro mencionou que conversou com o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, com o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, e com o então chefe da Marinha, almirante Almir Garnier. “Eu ouvi o Paulo Sérgio, ouvi o Freire Gomes, ouvi o Garnier… então o militar é aquele que está ao teu lado nas horas boas e ruins”, disse.

Em outro trecho, Bolsonaro afirmou que percebeu rapidamente que não havia o que fazer após o resultado das urnas. “Eu confesso, muitas coisas que eles falaram eu absorvi e chegou [sic] à conclusão rapidamente que não tinha o que fazer e esse governo ia cair de maduro, como tá caindo”, declarou.

A investigação conduzida pelo STF apura se houve articulação para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro é um dos alvos principais da apuração, que também envolve ex-ministros, aliados e militares de alta patente.

O ex-presidente deixou o Brasil em dezembro de 2022 e retornou em março do ano seguinte. Desde então, tem negado envolvimento com qualquer tentativa de golpe. A oitiva desta terça foi uma das mais aguardadas do inquérito e poderá influenciar os próximos passos da investigação.

Da Redação

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Fred Lima

Graduado em Comunicação Social – Jornalismo pelo Centro Universitário ICESP e mestrando em Comunicação pela Universidade Católica de Brasília, Fred Lima tem passagem por assessoria de imprensa, redação e rádio. Em julho de 2014, lançou o blog que leva o seu nome, sendo substituído pelo portal Lupa Política. Em 2016 e 2017, presidiu a Associação Brasileira dos Portais de Notícias (ABBP), entidade que representa os blogs e portais de notícias do país.

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