
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Izalci critica Lula e cobra postura pragmática nas relações com os EUA
O senador Izalci Lucas (PL-DF) criticou nesta quarta-feira, 16, em pronunciamento no Plenário do Senado, a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas relações diplomáticas com os Estados Unidos. Segundo o parlamentar, declarações recentes de Lula sobre o ex-presidente norte-americano Donald Trump contribuíram para o agravamento das tensões comerciais entre os dois países.
— Lula não ofereceu uma contraproposta, não tentou negociar. O que ele ofereceu foi uma fruta, dizendo para o mundo que o país da jabuticaba é, na verdade, uma República das bananas — afirmou Izalci. Para o senador, essa não foi a primeira “agressão” de Lula contra Trump. “Desde o início do mandato, foram diversas falas e ações”, disse.
O parlamentar também contestou a reação do governo brasileiro diante da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos de exportação do Brasil. Ele argumentou que, apesar das divergências recentes, a balança comercial entre os dois países tem sido historicamente favorável ao Brasil. Segundo dados citados pelo senador, o país acumulou superávit de mais de R$ 400 bilhões na última década. Apenas em 2025, o saldo positivo nas trocas com os norte-americanos já soma R$ 1,6 bilhão.
Izalci defendeu uma política externa menos ideológica e mais voltada ao diálogo. Como exemplo, mencionou a Argentina, que teria conseguido negociar a redução de tarifas com os Estados Unidos. — A Argentina soube conversar e reduziu a zero a alíquota. Por que o Brasil não pode fazer o mesmo? — questionou.
O senador destacou ainda articulações internas lideradas pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Segundo Izalci, Alckmin reuniu-se com lideranças do Congresso em busca de uma solução não ideológica para a crise.
Além da pauta comercial, Izalci afirmou que o governo norte-americano estaria reavaliando sua relação com o Brasil também por preocupações com a liberdade de expressão. Ele citou a remoção de conteúdos do X (ex-Twitter) que envolviam jornalistas.
— Precisamos agir com maturidade e responsabilidade. O setor produtivo brasileiro não pode pagar a conta de discursos ideológicos — concluiu o senador.
Da Redação
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