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CLDF: Roosevelt quer garantir assentos junto à janela para mulheres em ônibus

Preocupado com o aumento dos casos de assédio no transporte coletivo do Distrito Federal, o deputado distrital Roosevelt Vilela (PL) apresentou um projeto de lei que propõe uma medida simples, mas simbólica: reservar, preferencialmente, os assentos ao lado das janelas para mulheres.

A ideia, segundo o parlamentar, é criar um espaço mais seguro e acolhedor para as passageiras, muitas vezes alvo de situações constrangedoras e violentas durante seus deslocamentos diários. “Essa proposta não resolve tudo, mas é um passo concreto na direção certa”, afirmou Roosevelt.

O Projeto de Lei nº 1.735/2025 estabelece que os assentos junto às janelas terão prioridade para mulheres durante todo o tempo de operação dos ônibus. Outros passageiros deverão ceder o lugar, sempre que solicitado, com exceção de pessoas com prioridade legal, como idosos e pessoas com deficiência.

A proposta surgiu a partir de uma conversa com o major veterano Cleônio, do Corpo de Bombeiros Militar do DF. Roosevelt ouviu o alerta, estudou experiências de outros países e decidiu transformar a sugestão em política pública.

Um problema diário, mas invisível

Roosevelt destaca que o assédio no transporte público é uma realidade constante, embora muitas vezes silenciosa. “Não podemos continuar tratando isso como algo normal. Nenhuma mulher deve ter medo de pegar um ônibus”, afirmou.

Levantamentos recentes ajudam a dimensionar o problema. Uma pesquisa divulgada pelo Correio Braziliense, em abril, apontou que 37% das mulheres do DF já foram vítimas de assédio em ônibus. A maioria não denuncia por medo ou por achar que nada será feito.

Outro estudo, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que 56% das brasileiras já sofreram assédio no transporte coletivo. Entre elas, quase 90% não buscaram ajuda oficial.

Para Roosevelt, políticas públicas precisam refletir a urgência desses dados. “É nosso dever, como legisladores, criar ambientes mais respeitosos e seguros. O transporte público tem que ser um espaço de liberdade, não de medo.”

O projeto ainda será analisado pelas comissões da Câmara Legislativa do DF antes de ir a plenário.

Da Redação

Fred Lima

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