Olavo e militares: a guerra sem fim do governo Bolsonaro
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Por Fred Lima
A pior guerra que um governo pode enfrentar é a interna. A guerra externa com a oposição (partidos políticos, imprensa, movimentos etc.) não faz o estrago causado como o fogo amigo, ou seja, de quem está no mesmo barco. Em seu livro Diários da Presidência 1995-1996, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se queixou na época sobre a guerra entre Sérgio Motta e os demais ministros, o que atrapalhou a sua gestão.
Todo início de governo é difícil. O período de adaptação vai além dos 100 dias necessários, ainda mais quando a situação econômica e social do país não é favorável. Contudo, nada se compara à guerra entre os tripulantes da mesma embarcação. Quando isso acontece, o presidente da República tem de intervir rapidamente para que o navio não seja naufragado.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vem enfrentando a pior guerra que um chefe do Executivo poderia encarar no começo de uma administração. A aprovação da Reforma da Previdência é urgente para tirar o Brasil do precipício, bem como as reformas tributária e política. Fora isso, o capitão precisa lidar com a guerra entre o ideólogo Olavo de Carvalho e os militares que compõem o governo. Tarefa quase impossível.
Falta coragem ao chefe do Planalto para contrariar os amigos e os filhos. Olavo vem tendo grande poder de influência, capaz de causar uma guerra fria na Esplanada, mesmo residindo em outro país. As críticas ácidas feitas aos militares, principalmente ao general Villas Bôas, não foram desautorizadas pelo presidente, que ainda fez questão de chamar o filósofo de “ícone”.
Bolsonaro vem tratando os militares como um pai e Olavo de Carvalho como uma mãe. Está dividido na guerra interna e tem medo de contrariar opiniões. Se continuar assim, a batalha não tem prazo para acabar nos próximos três anos e meio.
Da Redação
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