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Negacionistas e oportunistas defendem a elite econômica do DF em detrimento da saúde pública

Por Fred Lima

A aglomeração promovida ontem (28) por empresários e políticos na frente da residência do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), protestando contra o lockdown decretado pelo Palácio do Buriti na sexta-feira (28), mostra como negacionistas e oportunistas vêm utilizando a economia como cortina de fumaça para defenderem seus próprios interesses.

Não se viu feirante na manifestação, só empresários das classes média e alta, bem como alguns políticos que estão em campanha para 2022. Na visão dessa gente, é melhor o sistema de saúde brasiliense entrar em colapso que o comércio fechar por 15 dias para evitar que o pior aconteça no campo da saúde pública.

Para os manifestantes elitistas, a real preocupação é ter dinheiro no bolso para trocar a BMW por uma Mercedes mais cara no final do ano, não o salário do atendente ou faxineiro de suas empresas. Já para os políticos o que importa é “lacrar” com a situação, mesmo sabendo que também estariam em uma sinuca de bico, caso fossem eles que estivessem sentados na cadeira de governador.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou nesta segunda-feira (1), no story de sua conta no Instagram, vídeos e imagens contra o lockdown no DF. Para o chefe do Executivo, a Covid-19 é apenas uma “gripezinha”, enquanto o número de mortos é respondido com um “e daí?”. Bolsonaro só pensa em sua reeleição desde antes de assumir o governo, sabendo que a economia é o fator primordial para garantir mais quatro anos à frente da nação. Se a economia vai bem, não importa se os novos aliados Arthur Lira e Fernando Collor, ambos réus na Justiça, são companhias imorais, frutos do acordo com o centrão.  

O negacionismo promoveu aglomerações, atrasou a compra de vacinas e foi responsável por declarações chulas ao longo da pandemia. Agora, maquiado de preocupação econômica, o ceticismo vem sendo adotado por políticos oportunistas, capazes de simular protestos em nome do trunfo eleitoral daqui um ano e meio.   

Da Redação

Fred Lima

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