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Mídias digitais serão decisivas nas eleições

Coordenador de mobilização social revela e explica o passo a passo para uma campanha de sucesso

Nesse mês de setembro, aprofundou-se a etapa mais agitada do do período eleitoral: as propagandas políticas. Mais do que nunca, as mídias digitais desempenham um papel de protagonismo, sobretudo, para os candidatos que têm recursos limitados e pouco tempo nos veículos de comunicação tradicionais, como televisão ou rádio.

De acordo com o Coordenador de Mobilização Digital Accio Comunicação, Rafael Costa, o peso das redes sociais nas eleições deste ano vai ser decisivo. “A procura por destaque e engajamento está grande, principalmente no WhatsApp. Quem estiver com forte presença no mundo digital, com certeza vai ser lembrado nas urnas”, enfatiza o especialista.

Em 2018, Rafael foi responsável por alavancar a campanha digital da então candidata a deputada federal, Flávia Arruda, que veio a ser eleita com com 121.340 votos. Atualmente, ele coordena a área de marketing e de mobilização digital de diversas campanhas eleitorais dentro e fora do DF.

O maior desafio está na mudança de mentalidade dos candidatos que ainda apostam na velha política. “A sociedade está mais atenta. Não quer mais saber daquele político que apenas aparece de quatro em quatro anos. O eleitorado quer se sentir contemplado e pertencente às decisões de seus representantes”, explica. “Seja nas propostas, discursos, votações ou projetos; é preciso corresponder aos anseios, posicionamentos e princípios de sua base eleitoral, e é aí que entra a mobilização e engajamento nas redes ”, reforça.

Desde 2007, Rafael coordenou 23 campanhas em todo o Brasil, com serviços de ampliação de alcance orgânico (sem impulsionamento), captação de leads, criação de conteúdo e capacitação de voluntários e militâncias virtuais.

Criterioso com as regras da justiça eleitoral, ele ressalta com a importância de todas as ações estarem pautadas em conformidade com as normas do Tribunal Superior Eleitoral, que proíbe a utilização de robôs e programas de disparos em massa nas eleições de 2022.

Segredo
No relacionamento digital, o segredo está na construção de conteúdos segmentados, de acordo com a realidade do grupo social, porque cada público compreende e consome a informação de maneira distinta. “Os assuntos devem ser os mais diversos possíveis, abordando temáticas que realmente interessam à sociedade. E, tão importante quanto o conteúdo, é saber como se comunicar de modo efetivo com seu eleitorado”, afirma o mobilizador digital.

“Não tem como trabalhar um assunto de modo igual para todos os públicos. É preciso criar mecanismos que dialoguem com o eleitorado de forma que ele entenda a mensagem, aceite a informação e se sinta acolhido pela causa, motivando-o a compartilhar o conteúdo também em seus grupos de familiares e amigos”, enfatiza Rafael.

Segundo o especialista, no marketing político é preciso olhar o que há de mais atual e atrativo no mercado digital. Ele prega que é preciso apostar nos assuntos em evidência e expor um posicionamento que esteja alinhado com sua base eleitoral.

De olho no WhatsApp
Uma das plataformas mais cobiçadas no período eleitoral é o WhatsApp. Peça-chave nas eleições de 2022, trata-se do caminho mais efetivo e direto para alcançar todos os públicos.

A maioria dos eleitores utiliza a ferramenta no dia a dia e, mesmo com o plano mais básico das operadoras telefônicas, têm acesso a essa plataforma social.

“O segredo não é apenas saber o que falar, mas como. Se o seu público não tem um pacote de dados de internet robusto, não adianta enviar dezenas de vídeos e imagens, porque eles não vão ter interesse ou condições de baixar”, alerta.

Conforme explica Rafael Costa, tem que agir de forma estratégica e intencional, compreendendo a realidade social, cultural e econômica do eleitorado.

“Trabalhar a ferramenta de áudio nas respostas é um diferencial, porque o eleitor se sente próximo ao candidato e entende que este se importa, que parou um momento de sua agenda para estar ali conversando e dando a atençãoque merece”, recomenda. “Diferentemente, de quando é uma mensagem de texto, na qual a maioria da sociedade já sabe que a resposta não é do candidato, mas de algum assessor de comunicação ou agência”, completa.

Outra dica é sobre a interação na rede social, que também é essencial para capacitação da militância digital e de voluntários, com a distribuição de materiais informativos das propostas, alinhamento e convite para ações virtuais e instruções claras para curtir, comentar e compartilhar os conteúdos; aumentando o engajamento de modo orgânico e convertendo mais votos.

Nas eleições deste ano, Rafael Costa tem o foco em duas candidaturas no DF – Renata d’Aguiar, que disputa uma vaga na Câmara Legislativa pelo Partido de Mobilização Nacional (PMN), e Cristiano Lopes, que vem a federal pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Até o último dia, os eleitores estão em busca de seus candidatos, mais ainda quando a decisão está na escolha do representante ao legislativo local.

Em pesquisa recente do Metrópoles/Idea, quase 70% dos eleitores do Distrito Federal não sabem em quem votar para deputado distrital. As redes sociais vão esquentar nos próximos dias, com propostas e conteúdos criativos para atrair o eleitor indeciso e fidelizar os decididos.

A intensidade das ações de comunicação digital devem durar até dia 1º de outubro, data que antecede o primeiro turno eleitoral, que define os vencedores para as vagas disputadas no legislativo distrital e federal.

Da Redação

Sabrina Santos

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