O que os nossos bisnetos vão dizer de Lula?
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Por Fred Lima
A História tarda em reconhecer legados. Ela só se antecipa quando um homem público falece precocemente sem ter mácula em sua trajetória, como foi o caso de Luis Eduardo Magalhães, Eduardo Campos etc. Do contrário, só após muitos anos que os pensadores se manifestam nos livros a respeito de uma personalidade política.
Lula saiu da presidência com a popularidade alta e fez a sua sucessora. Todavia, a História pode interpretar aquele momento como algo nocivo ao país a médio e longo prazo por conta da corrupção, da estagnação econômica e do crescimento assustador do desemprego na era Dilma, resultado da gastança desenfreada durante a crise de 2008. A fatura chegou e cobrou caro.
Daqui alguns anos, Itamar Franco pode ser mais reconhecido por ter sido o presidente que sancionou o Plano Real e fez o Brasil crescer em uma média de 5% durante o tempo em que esteve à frente do governo. Hoje, apenas Fernando Henrique recebe os louros da moeda. A História deve dar um veredicto mais justo daqui algum tempo.
No futuro, Lula, que manchou a sua biografia com petróleo, pode ser o vilão que distribuía pão e oferecia circo à nação, como os imperadores tiranos faziam na Roma antiga. A imagem do ex-presidente já anda bastante arranhada devido à sua prisão. Dificilmente haverá uma reversão do quadro atual, que tende a piorar bastante em razão da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci.
Na História, as glórias atuais podem ser momentâneas, sem nenhum valor no amanhã, enquanto as injustiças geralmente acabam sendo corrigidas pelo olhar clínico dos historiadores.
Só que o roubo não tem remédio. E “o que não tem remédio, remediado está”, diz o famoso ditado.
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