Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ping Pong com o deputado federal Vitor Hugo

Por Amanda Escorsin

Eleito deputado federal em 2018, o major Vitor Hugo (PLS-GO) teve a missão de ser líder do governo Jair Bolsonaro em seu primeiro mandato como parlamentar na Câmara dos Deputados. Vitor é um dos deputados que fazem parte da “cozinha” do presidente, sendo sempre ouvido sobre as relações entre o Executivo e o Legislativo.

Em conversa com o Lupa Política, o deputado fala sobre a experiência de ter sido líder do governo, as metas alcançadas e suas pretensões políticas para 2022. Confira:  

O senhor assumiu a liderança do governo na Câmara e ficou quase 19 meses. Foi traçado como um homem de confiança do Planalto e cumpridor de tarefas. A sua liderança teve início em um período de relações divididas entre o Legislativo e o Executivo. Como foi ser líder do governo Jair Bolsonaro mediante os choques de relação entre os partidos?

Ser líder do governo Bolsonaro foi uma experiência muito marcante. Esse é sim um governo de ruptura, que rompeu com muitos outros partidos que apoiaram candidatos diversos, mas eu sempre fui e continuo sendo completamente alinhado com presidente Jair Bolsonaro e com as suas ideias para o Brasil. Foi uma grande honra poder contribuir para a mudança da relação do Poder Legislativo com Poder Executivo. Assumir essa liderança exigiu muito esforço, mas os grandes avanços que conseguimos foram muito gratificantes. Foi ainda mais desafiador por eu ser um deputado de primeiro mandato, e acredito que o primeiro eleito por Goiás, a assumir esse papel. Avalio que consegui sim cumprir bem essa missão!

Éramos um governo sem base e, ao final da minha liderança, conseguimos entregar uma base

Vitor Hugo

Quais foram as metas que o senhor considera que alcançou como líder do governo?

Nós conseguimos aprovar 41 Medidas Provisórias ao longo desse um ano e sete meses. Entre as proposições mais relevantes, aprovamos a Nova Previdência, a Proteção Social dos Militares, o Acordo de Alcântara, a Liberdade Econômica e neste ano, com a pandemia causada pela Covid-19, nós também aprovamos a ajuda de mais de R$ 100 bi aos estados e municípios, a decretação do Estado de Calamidade Pública, o Auxílio Emergencial, que eu tive a grata satisfação de ter uma participação muito específica e direta no aumento do valor para R$ 600, além de muitas outras pautas. Só número expressivo de Medidas Provisórias que foram aprovadas na Câmara dos Deputados já mostra um pouco do resultado do nosso trabalho na Liderança, que envolvia o meu relacionamento com os outros 512 deputados, de 26 partidos políticos diferentes, e com os 23 Ministérios de Estado. Toda semana tramitam em torno de 350 proposições legislativas nas Comissões e isso tudo é um grande desafio que nós conseguimos superar e realizar um excelente trabalho. Éramos um governo sem base e, ao final da minha liderança, conseguimos entregar uma base de governo montada para o novo líder que assumiu.

Na história política de Goiás, o senhor foi o primeiro a ficar entre os cem parlamentares mais influentes do Congresso no quesito de negociador e articulador. Qual a sua avaliação da mudança de cenário político na troca de liderança em que o deputado federal Ricardo Barros, (PP-PR) que tem definição de centro, assume a liderança do governo? 

O presidente da República consegue visualizar melhor o cenário político, porque ele tem mais informações e mais experiência – são 65 anos de vida, sendo 32 anos de vida pública. Ele tomou uma decisão: eu acho que foi o correto a se fazer na mudança da Liderança do Governo. Eu confio no presidente Jair Bolsonaro e a nossa relação se mantém do mesmo jeito, com confiança e amizade. Diante de todas as decisões que o presidente tomou, eu acredito que governo vai continuar sendo representado à altura aqui na Câmara dos Deputados.

Se essa (ser ministro da Educação ou da Segurança Pública) for uma ideia do presidente, eu estarei à disposição para cumprir qualquer missão em qualquer função no Poder Executivo

Vitor Hugo

O presidente vem articulando para que o senhor ocupe a pasta da Educação ou da Segurança Pública, caso esta última seja desmembrada do Ministério da Justiça. Porém, sua presença vem sendo bastante notada em municípios do estado de Goiás, por onde foi eleito. Quais são os seus objetivos como deputado federal nesta nova fase política?

Eu quero ajudar Goiás ao máximo que eu puder com obtenção de recursos e articulação de políticas. Nesses quase dois anos nós indicamos mais de R$ 114 milhões em emendas parlamentares para municípios do estado, para instituições, hospitais, batalhões de Polícia Militar, Bombeiros, Polícia Técnico Científica, Guardas Municipais, Polícia Penal, Exército Brasileiro, Força Aérea e Colégio Militares. Eu e minha equipe estamos fazendo todo o esforço possível para poder viabilizar esses recursos e vamos continuar nessa linha. Se ao longo do tempo essa for uma ideia do presidente, eu estarei à disposição dele para cumprir qualquer missão em qualquer função no Poder Executivo, desde que ele me julgue capaz de cumprir.

Caso alcance as metas em seu mandato, o senhor teria interesse em disputar o governo de Goiás?

Acho que chegar ao posto de governador do seu estado é uma honra muito grande para todo político, então com certeza seria uma grande honra, mas neste momento não é algo que passa pela minha cabeça. Acredito que nós ainda temos que construir muita coisa, ajudar muito o estado, até poder sonhar com um passo tão alto.  Então eu vou continuar com o meu trabalho e vamos fazendo as avaliações periódicas para saber até onde podemos ir nas próximas eleições.

Da Redação

Sabrina Santos

5 thoughts on “Ping Pong com o deputado federal Vitor Hugo

    1. Parabéns Amanda, achei que você formulou muito bem as perguntas feitas ao entrevistado. Não gostei nada da resposta dele sobre o período em que ele foi líder do governo. Pelo que acompanhei pela imprensa ele passou uma fase de grande rejeição e ficou isolado até pelo presidente da Casa. Posso imaginar, que a falta de trânsito junto à maioria dos deputados, é que tenha sido a causa principal, da troca por um líder do chamado centrão.

  1. Primeiro, parabéns pela reportagem Amanda Escorsin, muito explicativa e direcionada…sem fugir do contexto inicial.

    Muito obrigado Dep. Vitor Hugo pela força junto as instituições de segurança pública, onde cito com propriedade a verba destinada a Polícia Penal do Goiás, ainda o patinho feio para o atual governo, mas muito bem vista pela sociedade e operadores de segurança que sabem das verdadeiras dificuldades enfrentadas no sistema prisional, onde trago a luz o baixo efetivo da PPGO, que se mantém na ilegalidadede contratos temporários (VPT), que falo agora como Gestor em segurança, os responsáveis pela gestão Macro e Micro do sistema prisional, não imaginam o “Frankenstein” que estam criando com vpts e negligência quanto a PP, pois o crime organizado está tomando de conta de Goias…que triste.

    Obrigado mais uma vez Dep. Vitor Hugo pelos 1 milhão destinado a compra de armamento aos concursados que aguardam nomeação para Policia Penal.

    Forte abraço!

    Paulo coelho.

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